Normalmente são os ciclideos (oscar, acarás, greens terror, etc) ou peixes de briga (Bettas) as escolhas mais comuns, mas o peixe do paraíso se enquadra bem nessa vertente de aquarismo.
O peixe:
É um peixe inteligente e muito resistente e recomendável para novatos, mas é claro só deve ser introduzido quando seu aquário estiver ciclado e bem estabilizado e apesar de respirar ar atmosférico pelo labirinto e serem pouco exigentes quanto à qualidade da água é recomendado filtragem para manter a qualidade da água e oxigenar o aquário.
Comem de tudo e como sua alimentação natural são moluscos, larvas de insetos e microcrustáceos alimentação viva e congelada/liofilizada será um grande premio para o peixe.
Não se esqueça de alimentar o suficiente para ser consumido em menos de um minuto e tente variar o cardápio “vivo” (um dia gammarus, outro artêmia, no outro larvas de besouro, etc) conjuntamente com pelo menos uma ou duas rações diárias (uma geral e uma vegetal como spirulina).
Sua coloração é deslumbrante, um fundo avermelhado com listas azuis brilhantes em e vistosas nadadeiras de mesma padronagem e filamentos que dão nome ao peixe (o formato lirado destas remete ao nome peixe do paraíso) e característico “olho opercular”.
Lembrando que assim como outros peixes a coloração deste varia muito com o humor e o habitat em que esta inserido podendo mudar de um instante para outro o que demonstrar que a interação com o dono só vai intensificar sua beleza.
Mesmo podendo ser criado em comunitários com peixes do tamanho ou maiores que ele ou que saibam se defender como Tricogasters, kribenisis, ciclideos como carás, boca de fogo, jack dempsey, etc, e peixes de fundo ou discretos (ottos, cascudos e corydoras) e embora alguns indiquem cardumes de peixes rápidos como tanicts como fauna acompanhante o Paraíso se vira muito bem em um aquário sem fauna.
O aquário:
Diferente de outros pet fish como oscares e outros jumbos, para um individuo como pet fish 20-30 litros já está de bom tamanho, acompanhado de um filtro e uma tampa (de madeira para iluminação ou de vidro) pois o Macropodus opercularis é um excelente saltador.
Plantas simples como Microsorum p., Ceratophilum, Egeria, Hydrila, Anubias, etc não só tornarão o ambiente mais interessante para o paraíso como juntamente com o filtro contribuirão com a salubridade do aquário.
Plantas flutuantes (como Salvineas, Lemnas, najas, Egeria, rabo de raposa, etc) teriam a mesma função e ainda atenuariam os saltos (mas não substituem as tampas).
Aliás, a tampa é também um item interessante para manter o ar próximo da superfície úmido e aquecido evitando choque térmico quando o peixe subir para respirar (característica da família, fisiológicamente, anatomicamente e instintivamente, não importando a oxigenação da água ou do ar).
Por ser um peixe bem resistente ele se sentirá confortável e bem em amplas faixas de condições na água na faixa de ph 6.0 a 7.8 e dureza (dH) 0° a 20°com temperaturas de 16ºC a 30ºC ele irá ficar ativo, saudável e viverá até 5 anos (média de 4 anos).
Apesar da faixa ampla de temperatura um termostato é muito importante para não haver flutuações bruscas e se recomenda evitar os extremos.
Poderia falar da “equipe de limpeza” (Ottos, ampulárias, etc), mas aí já não seria um aquário pet fish e alguns membros (camarões, caramujos, etc) poderiam servir de petisco e não de companhia.
Comportamento:
Praticamente toda a coluna d´água do aquário será percorrida, pouco se importando com a iluminação ou o substrato empregado (pode ser desde areia até vidro liso).
Como colocado é um grande predador, então apreciará caçar um largo espectro de presas vivas, de moluscos (Physa, Planorbidae, trombeta, etc) passando por anelídeos (tubifez, enquitreias, minhocas, etc), por larvas de insetos (larvas de besouro do amendoim, larvas de mosquito, bloodworn, etc), por insetos adultos (drosophila, mosquitos, etc), alevinos de peixes (guppy, platy, etc) e crustáceos (artêmia, dafnia, gammarus, etc).
Uma maneira interessante de alimentar e interagir com o Macropodus opercularis é utilizar um palito de churrasco (sem ponta fina) e prender ali um “petisco” como um pedaço de peixe, de minhoca, de gammarus, etc e tomar o lugar da “presa” movimentando o palito com a aproximação do peixe (mas não fuja muito para não desgastá-lo).
Outra é segurar esse petisco próximo da água e ver o peixe pular (cuidado!!!) e pegar este dos seus dedos.
Usar ração em grânulos e espalhar em vários pontos do aquário e vê-lo “caçando o tesouro” é outra forma de enriquecimento ambiental.
NUNCA se esqueça que o que é dito dos outros peixes vale para o paraíso: podemos matá-lo muito mais facilmente pelo excesso do que pela falta de alimentação.
Então parcimônia é tudo!
Conclusão:
Então quando quiser um pet fish e não tiver espaço ou quiser variar de outro peixe além do Betta pense com carinho no peixe do paraíso, pois com certeza ele lhe dará muitos anos de alegria e companheirismo (me recuso a colocar essa palavra entre aspas).
