Na realidade a denominação “bloodworm” é somente para algumas larvas destes mosquitos, que têm cor vermelha pela presença de hemoglobina. De qualquer forma, acho que é o nome mais comum pelo qual nós aquaristas teremos contato com estes animais. São larvas de pequenos mosquitos inofensivos, muito comuns.
Tamanho: Larvas de até 3 cm, geralmente menores.
Identificação: Suas larvas são alongadas e cilíndricas, semelhantes a vermes. Cabeças esclerotizadas e bem delimitadas. Não possuem patas verdadeiras, somente dois pares de pró-patas, no primeiro segmento torácico, e também no último abdominal. Apesar da vermelha ser a mais conhecida, possuem cores variáveis. Muitas constroem tocas tubulares usando debris, vivendo no seu interior. Nadam mal, geralmente se rastejam no substrato.
Habitat e ciclo de vida: Grupo heterogêneo, possui espécies com larvas aquáticas, terrestres e até marinhas. Muito resistentes a poluição, algumas vivem até em águas contaminadas de minas ácidas. Ovos são depositados na água pelos adultos voadores. Possuem metamorfose completa, passando por uma fase de pupa de onde emerge o inseto adulto.
Alimentação e respiração: Debris orgânicos e microinvertebrados, embora algumas espécies sejam predadores. Algumas espécies que vivem em água corrente constroem teias para capturar debris. Larvas respiram ar através de difusão, não necessitando ir à superfície. A presença de hemoglobina permite algumas espécies viverem em ambientes pobres em oxigênio. Adultos têm boca atrofiada, a maioria não se alimenta. Algumas sugam água e néctar.
Perigo para humanos ou peixes: Todas inofensivas, para peixes ou humanos. São inclusive populares como alimento vivo. Porém, com o crescente uso de formas industrializadas como alimento para peixes, existem relatos de reações alérgicas (algumas até graves) em humanos, desencadadas por bloodworms liofilizados ou congelados.
Curiosidades:
- Os adultos emergem da pupa simultaneamente, formando grandes enxames, quando podem até representar perigo a animais e humanos, pelo risco de asfixia. Até 70000 insetos por metro cúbico já foram registrados.
- Quando adultos emergem no Lago Victória, na África, são capturados com redes e usados na alimentação humana, na forma de bolos. É uma importante fonte de proteínas para a população local.
- Duas espécies são descritas na Antártida, sendo o recorde de larvas de insetos não parasitas encontrados mais ao sul do planeta. Também é o grupo aquático dominante no Ártico.
- Existe uma espécie da Flórida, Dicrotendipes thanatogratus, cujo nome é a tradução literal de Grateful Dead, uma banda de rock.
Larva de quironomídeo da subfamília Chironominae, este sim um "Bloodworm". Cerca de 11 mm, coletado em Vinhedo, SP.


Viviam em tocas tubulares feitas de debris:

A cor vermelha só se desenvolve com o crescimento da larva. À esquerda, uma larva em estágio inicial, ainda pálida. À direita a pupa, também com a cor vermelha.

Outra pupa, bem vermelha, e o saco de ovos em espiral.

Outro tipo de saco de ovos, de outra espécie.

Pupa:

O inseto adulto. Esta espécie possui asas curtas, se limitando a deslizar na superfície da água.

Larvas de quironomídeo da subfamília Tanypodinae. Cerca de 8 mm, coletado em Itatiba, SP.


Pupa:

Outra espécie, as tocas tubulares numa folha, à esquerda.

