Cinco anos depois de eu ter escrito um artigo para este site do meu amigo Marne (junho de 2005: Tubarão-Bala, espécies em destaque), resolvi dar uma busca na Web por alguma novidade sobre “reprodução dos Balasharks”, o que passo a discutir agora. Em todas as fichas sobre peixes que achei, a parte sobre a reprodução desses famosos ciprinídeos continuam mal passando de três ou quatro linhas. Assim, um dos hábitos menos divulgados sobre os Tubarões-bala ainda é o seu processo reprodutivo. Como falei no meu artigo, o mais comum é a negativa de procriação em cativeiro, dessa espécie. E como sempre, as informações são lançadas sem muito cuidado, quando se fala na procriação dos Balas. Curioso é que a maioria dos filhotes de tubarão encontrados nas lojas de peixes é proveniente de reprodução profissional em cativeiro, através da injeção de hormônios, que segundo se diz, são extraídos de glândula de carpas. Foi lindo ver um dia um lote de 200 pequenos tubarões-prateados (1,5 a 2 cm) num grande aquário em uma loja de um vendedor conhecido meu de Olinda-PE. Acabavam de ser entregues, e o vendedor disse que iriam para um tanque bem maior, para crescerem mais e ter um preço melhor, pelo menos dali a três meses. Mas ele sabia que ia perder alguns alevinos. Eu aproveitei e comprei uns 5 desses pequenos para mim, que cresceram até mais de 20 cm em um grande tanque (11 mil litros). Isso tudo indica que estão reproduzindo a espécie comercialmente, e não deve ser em aquários caseiros. Sabe-se que o dismorfismo sexual deles é difícil definir, mas o macho parece ser o mais esguio e elegante, maiores que as fêmeas, por sua vez mais roliças e menores, com a mesma idade. Há sites que afirmam que o amadurecimento dos Balas começa quando atingem o tamanho de 10 a 15 cm....no entanto, é fato que certos comportamentos ditos de acasalamento ou “namoro” ocorrem com peixes maiores de 20 cm, como eu mesmo já presenciei. Alguns dizem que a fertilização de ovos (que as fêmeas espalham pelos rios) ocorre por meios externos, ou seja, o macho solta esperma próximo dos ovos, que fecundarão. A americana aquarista Tammy L. Mahan, no site Helium, com muita boa vontade, descreve e dá receita para quem quer reproduzir Balasharks: separar um grupo de pelo menos cinco adultos (10-15cm ou mais) com ao menos um casal, em um tanque bem plantado de 200 L, sem quaisquer outras espécies, e aguardar os acontecimentos, de acasalamento. Depois da desova, diz ela, aconselha-se retirar os peixes, para que não comam os alevinos. Ora, essas dicas são simples demais para ter chance de reprodução de tubarões bala. E um tanque de apenas 200L para cinco Balas adultos é absurdamente pequeno! Será que a própria Sra. Mahan já teve sucesso de procriação com seu grupo de balasharks, com o método que ensina? Pelo que vejo, a dificuldade de procriar essa espécie deve ser quase a mesma em se reproduzir os nossos cruzeiros-do-sul, matrinchãs, dourados, jaraquis e piaus: todos precisam de grandes deslocamentos e correnteza, além de outras condições ambientais. Alguém já reproduziu cruzeiro-do-sul, neste Fórum? Quem conseguir, poderá tentar com os Balasharks, a meu ver. E quem souber de novidades sobre o tema, favor divulgar. Boa sorte e sucesso para todos!
Paisagem de Sumatra, Oceania, onde ainda existem Balasharks selvagens...
http://img810.imageshack.us/i/tangkahan.jpg/]
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Grupo de Balasharks pequenos:
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Tubarão Bala adulto, em aquário:
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