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Muitas plantas que nós temos em nosso aquário, podem ser cultivadas de outra forma, a forma emersa. 

Nem todas as plantas podem ser cultivadas dessa forma, plantas do gênero Egeria, Najas, Hidrilla, Aponogeton, Cabomba, Vallisneria e Nymphea não suportam períodos fora da água, pois são "aquáticas verdadeiras", mas a maioria das plantas que temos em nossos aquários, podem.

Flor de Bacopa lanigera

(Ao lado: Bacopa lanigera florindo, muitas das plantas só dão flores na forma emersa.)

O cultivo emerso pode ser interessante tanto por si só, quanto como forma de propragação auxiliar para o aquário, já algumas plantas apresentam um crescimento bem mais rápido emersas, além de ser uma forma mais segura e barata de cultivo, já que não há problemas com algas, não precisa de sistema de filtragem e nem de aquecimento, então, quando houver uma quantidade desejável da planta, poderá passá-la para o aquário, de preferência com um período de readaptação ao meio aquático.

As únicas exigências do cultivo emerso são a iluminação, umidade e manter sempre um substrato bem encharcado. Levando em conta as vantagens do cultivo emerso, os cultivadores profissionais de plantas para aquários e lagos mantém a maioria de suas plantas na forma emersa, motivo pelo qual, a maioria das plantas que você compra nas lojas e leva para o seu aquário, ficam diferentes, depois de algum tempo, elas se readaptam ao meio aquático e as folhas que nascem a partir daí são totalmente diferentes das anteriores.

 

Emergindo

Existem três formas de emergir uma planta.

Uma delas, a maneira mais forçada, basta colocar a planta em seu vaso, com ela completamente fora da água. Não são todas as plantas que resistem a esse tipo de emersão, e para que ela ocorra o ambiente deverá ser muito úmido. Essa é a maneira mais arriscada e rápida de emergi-las.

O outro modo também é uma emersão forçada, só que mais lenta, permitindo a adaptação da planta. Cubra toda a planta com a água e vá abaixando seu nível lentamente, como se simulasse o período de seca de um rio. Com o tempo ela vai lançando folhas já adaptadas na forma emersa.

O terceiro método é o mais lento, e ocorre de forma natural. É só manter a planta toda coberta de água e esperar que ela cresça, emergindo sozinha.

 

Umidade

EstufaAlgumas plantas mais exigentes só vão bem emersas com altos níveis de umidade. Para manter esses níveis, muitos aquaristas usam aquários tampados, com uma pequena coluna de água dentro. É recomendado trocar essa água cerca de uma vez por mês.

(Ao lado: Exemplo de aquário-estufa.)

É perfeitamente possível manter plantas emersas sem isso, mas provavelmente algumas plantas mais exigentes, como Hemianthus, algumas Echinodorus, Cryptocorines e algumas Bacopas não deverão se desenvolver muito bem.

 

Iluminação 

A iluminação é muito importante para que as plantas possam fazer a fotossíntese.

O período ideal de iluminação é de aproximadamente três ou quatro horas de luz solar direta pela manhã. Se elas estiverem recebendo muita luz, provavelmente muitas folhas irão queimar, por isso seria aconselhado o uso de sombrite nesses casos.

 

Substrato

Existem várias opções de substrato, as usadas são combinações de húmus, laterita, terra e cascalho fino. Alguns preferem misturar tudo, outros usam camadas com 20% de húmus, 10% de laterita, 30% de terra vegetal e 50% de cascalho fino.

Algumas plantas como Cryptocorines preferem um substrato ácido, por isso é recomendada a adição de um pouco de xaxim em seu vaso. Outra coisa importante é manter o substrato bem encharcado, ou até com uma coluna de 1 ou 2 cm de água.

 

Rotala sp.






Rotala sp. emergindo em lago no Jardim
Botânico de São Paulo.

 

 

 

Myriophyllum




Myriophyllum matogrossensis, também no Jardim
Botânico de São Paulo.

 

Sobre o autor:
Nathan Petrin Baranauskas
Autor: Nathan Petrin Baranauskas
Nathan Petrin Baranauskas, natural de São Bernardo do Campo-SP, é bacharel em Ciência e Tecnologia e Engenharia de Produção pela Universidade Federal do ABC. Teve contato com o aquarismo desde seu nascimento em 1989, por influência do pai, que sempre manteve aquários em casa. Com aproximadamente 10 anos de idade ganhou seu primeiro livro sobre montagem e manutenção de aquários, e desde então passou a se aprofundar cada vez mais sobre o assunto, desenvolvendo uma paixão especial pelas plantas e pelos aquários plantados.