A utilidade do Cloreto de Sódio nos aquários de água doce tem dividido a classe dos aquaristas profissionais, enquanto tem confundido a maioria dos criadores caseiros e de primeira viagem. A literatura especializada em livros, sites e fóruns de aquarismo tem se esforçado em esclarecer muitos pontos objetivos sobre a questão do sal, ao mesmo tempo que tem propagado muitas lendas e mitos sobre o assunto, gerando muitos equívocos. A criação de várias espécies de peixes durante décadas, e o confronto de informações sobre o uso de sal marinho com a própria experiência aquarística nos possibilitam deixar aqui algumas contribuições sobre essa controversa temática.
Na natureza, os peixes e outros animais aquáticos evoluíram e passaram a viver em meios salinos, salobros e doces. A média de salinidade dos oceanos é 35g\L de sal, ou seja, a água do mar é uma solução de 3,5% de sal. Porém, em boa parte do litoral brasileiro, a salinidade da superfície do mar possui 37g\L de sal. A salinidade das águas salobras ou de estuário varia entre 0,5 a 30g\L, e a água chamada de doce possui salinidade próxima de zero (água de rios, riachos, fontes, poços, da chuva e das geleiras). Assim, a água salgada tornou-se tóxica para a maioria dos peixes de água doce, e vice-versa, embora haja peixes de hábitos migratórios que variam seu meio, vivendo ora em água doce, ora em salobra ou salgada (ex: salmões, tainhas, robalos, góbios entre outros). Os criadores de aquários salobros normalmente utilizam salinidades entre 12 e 18g\L.
As várias espécies de peixes de água doce que criamos em nossos aquários podem passar toda a vida sem a mais leve sensação ou necessidade de “água salgada”. Falamos aqui do sal marinho comum, NaCl, e não dos diversos sais que existem em qualquer água de rio ou lago. Pelo menos, é bom saber que a maioria dos peixes de água doce consegue tolerar salinidades até 10g\L, por poucos dias, embora isso não seja necessário ocorrer.
O que se diz, normalmente, é que o sal comum é útil ao aquarismo, sobretudo para a cura de doenças (como íctio, costia, doença do algodão, etc), servindo de “antibiótico natural”, e para amenizar o estresse dos peixes. A verdade aqui é que o sal pode mesmo diminuir os efeitos dos nitritos da água, tóxico aos peixes, mas quanto à cura de doenças, há muita discussão. Muitos defendem que o sal proporciona outros benefícios quando adicionado aos aquários:
+ Ajuda a regular as trocas osmóticas dos peixes, estabilizando sua pressão interna de acordo com a externa; isso traz relaxamento aos peixes, ao melhorar sua circulação interna;
+ Diminui o estresse dos peixes após longas viagens, ou por alto nível de nitrito na água;
+ Pode ajudar a sarar ferimentos nos peixes, e protege a escama de muitas espécies;
+ Fornece cores vivas nos peixes;
+ Previne o surgimento de fungos e doenças (parasitas e bactérias) na água; o sal limpa as brânquias dos peixes de certos parasitas e vermes;
+ O sal previne e neutraliza a má biologia dos substratos (vermes e bactérias);
+ Serve para higienizar e limpar (tratar) troncos e objetos do aquário; realmente, o sal é um dos maiores esterilizadores de biologia conhecidos. Em contato com grande quantidade de NaCl, nenhum ser resiste.
Depois de tantas boas qualidades, há quem ache o sal um santo remédio para quase todos os males do aquarismo. Na realidade, falta muita comprovação científica sobre alguns desses benefícios. Mas uma coisa é segura: o mau uso de sal em tanques de água doce traz problemas tão graves quanto os que ele pretende resolver. Em geral, criadores descuidados e imprudentes passam a usar sal em seus aquários segundo vontade própria, sem critérios sérios. Os efeitos trágicos dessa prática logo aparecem, trazendo muitas perdas e angústia ao criador. Podemos destacar três erros crassos dos que fazem uso do NaCl em seus tanques:
- Usar sal em quantidades inapropriadas para a litragem de seu tanque, e em tempo contínuo, termina por agredir a biologia geral do sistema (pode matar as colônias de bactéria, plantas, peixes e moluscos);
- Não investigar sobre a tolerância de sal das espécies que cria; isso faz muitas espécies sofrerem e morrerem, pelo uso descontrolado de sal;
- Querer resolver todos os males dos peixes e do aquário com sal de cozinha; O criador desavisado acha que deve colocar sal de mesa nos aquários, um equívoco, pois este tipo de sal contém iodo (tóxico aos peixes), cálcio ou potássio, além de outros químicos, que podem desestabilizar os parâmetros da água do aquário e prejudicar os peixes. O sal a utilizar deve ser o marinho puro, usado para aquários marinhos (na falta deste, o sal grosso ou em pedra, também pode ser usado);
O conselho mais sensato que podemos dar aqui, é que muitos peixes de água doce, se tiverem uma boa filtragem de água, controle dos nitritos e amônia, além de comida boa e regular, na medida correta, podem nunca precisar receber sal na sua água. O uso de sal deve ocorrer em momentos específicos, por tempo limitado, e na quantidade correta.
Claro, há peixes que até gostam (e vivem naturalmente) em água salobras, que devem receber sal permanentemente na água, das trocas, sobretudo. São os peixes ditos salobros ou brackish, que vivem melhor em ambientes estuarinos e mesmo salinos, mas que encontramos vendidos como espécies de água doce: os Góbios (como o Dorminhoco), os Poecilídeos (Molinésias, Espadas, Platis, Barrigudinhos, Guarús, Guppies ou Lebistes, Jordanelas), os Baiacus, os Gatos Colombiano e Jordani, os Monodactilos, os Rangas, Mexiricas, Toxotes e Datnioides, para falarmos nos principais.
O restante dos peixes de aquário de água doce não vai tolerar altos níveis de NaCl na água (mais de 10g\L), a exemplo dos peixes de couro (sentem ardor e irritação na pele), de casca e muitos de escamas: os tetras em geral (como Neon, Mato-Grossos, do Congo, Pinguins, Hasemanias, Rodóstomus, etc), os Cascudos, Coridoras, Jundiás, Jacundás, Traíras, Gatos de Rio, Bótias, Lábeos, Otos, Comedores de Algas, Rásboras, Barbos em geral, Discos, Acarás Bandeira, Danios, Piranhas, Pacus, Ciclídeos em geral, entre outros, não toleram sal na água, pelo menos em níveis de água salobra ou acima disso, por muito tempo, continuadamente. Peixes de águas doce e mole, como Neons, sofrerão com aumento de salinidade: seu metabolismo será afetado, os rins serão sobrecarregados, os peixes gastarão mais energia para viver nesse meio, e assim, viverão menos. Já peixes como Bettas, Tricogasters, Carpas e Kinguios se mostram mais resistentes ao Cloreto de Sódio, durante tratamentos, mas dependendo do grau e tipo da doença, o sal sozinho não os salva da morte. Por exemplo, um Betta pode resistir cerca quatro dias em águas de salinidade 11,88 g\L, mas pode tolerar bem, e por mais tempo, meios aquáticos com 6-7g\L de sal.
No caso dos Poecilídeos, o sal pode ser um santo remédio contra doenças e água com nitritos. Nesta família (em seus dois gêneros principais, o Poecilia, com Guppies e Molinésias, e o Xiphophorus, com os Espadas e Platis), muita gente acha que apenas as Molinésias seriam peixes tolerantes ao sal. Essa vasta família de peixes vive desde regiões costeiras, em meio marinho, até estuários, lagunas, e mais para o interior, em rios, fontes e lagos, totalmente de água doce (nos EUA, México, Caribe e América do Sul, principalmente). Os detalhes que muitos desconhecem são que os poecilídeos resistem pouco ao nitrito, quando criados em água totalmente doce, e que devem ingressar nos aquários quando estes forem já maduros, com largo tempo de montados, para evitar intoxicação. Claro que se eles estiverem em água doce, morreriam se fossem lançados em água salgada, mas um pouco de sal na água dos poecilídeos os deixará mais à vontade, evitando bastante que adoeçam por causa da qualidade da água (uma colher de sopa = 16g de sal para cada 10L já é o suficiente para eles viverem melhor). Os criadores de espécies de Ciclídeos, como os do lago Malawi ou Tanganyica precisam adicionar sais na sua água, mas não confundir com NaCl. Na África, se os ciclídeos aprenderam a viver longe do mar e do sal, por que colocá-los nesse meio? Também é bom lembrar que os alevinos dessas espécies citadas vão tolerar bem menos sal na água.
De fato, o uso de sal deve ser bem restrito, de acordo com a situação e as espécies em questão. O tratamento pode ser feito no aquário principal, ou em recipientes menores, com maior quantidade de sal, em banhos curtos (imersões em solução de 2% de sal), de 10 a 20 minutos, ou até 1 hora (sob vigilância do criador, nesse tempo). Qualquer anormalidade, do peixe passar mal no meio salino, deverá ser retirado logo e devolvido ao seu tanque normal. Os banhos devem ocorrer uma vez ao dia, por três dias seguidos. Caso não haja qualquer melhora, melhor parar com esse tratamento e buscar outro. Se houver melhora, pode ser continuado por mais 2 ou 3 dias (5-6 no total). Lembre apenas, que de nada adiantará esse tratamento se a água do aquário principal estiver degradada, ou com bactérias e parasitas.
Parece que as escamas dos peixes os protegem contra os efeitos de aumento de salinidade da água, enquanto outras espécies de couro parecem sofrer mais, se condicionados na mesma salinidade.
Para quem quer tratar um pequeno aquário com problemas de doenças, pode usar a medida prática de uma colher de sopa de sal para cada 5L de água do tanque, por uns 3 ou 4 dias, o que não fará muito efeito negativo nos peixes (em seguida, parar de colocar o sal e ir fazendo TPAs de 20% por vez, a cada 5-6 dias, com boa água descansada). Uma alta de nitrito pode ser amenizada, segundo alguns especialistas, com uma colher de sopa cheia de sal grosso marinho para cada 200L ou até 300L de água, aproximadamente. O sal não deve ser lançado sólido no aquário, mas dissolvido antes em uma porção da própria água do aquário, que depois é colocada nele, aos poucos.
Uso incorreto de sal em aquários pode prejudicar muitos peixes.
Cuidado, pois o sal não evapora, mas se acumula no tanque, e nem pode ser filtrado pelos filtros comuns. Só sai com as TPAs, por isso, evite adicionar sal toda semana ou em todas as trocas. E ele é também fator de variação de oxigénio na água: quanto mais sal e maior temperatura, menos oxigênio dissolvido haverá na água (por exemplo, um aquário com temperatura de 28oC e salinidade de 10g\L, terá 7,38 mg\L de oxigênio. Os peixes começam a estressar com falta de oxigênio com 4mg\L desse elemento dissolvido na água, chegando a níveis críticos de falta de ar com 2mg\L ou menos).
Pelo menos, o sal não altera o pH da água, nem mexe praticamente com a sua dureza, se for puro. Há controvérsias sobre isso, nas fontes. Alguns criadores afirmam que sobem o pH dos aquários adicionando sal marinho neles. O que se tem notado é que NaCl puro tem pH neutro, e em pequenas concentrações no aquário praticamente não afetará sua acidez.
Se seus peixes não são salobros, como Poecilídeos ou Puffers (Baiacús), prefira tratar suas doenças com remédios, pois é sem dúvida mais seguro. Se você tem um aquário comunitário de várias espécies, pense bem antes de usar sal em caso de doenças ou água degradada. O melhor é separar o peixe doente, e em um aquário hospital, recorrer ao sal não combinado com medicamentos (que podem ser usados após esse tratamento). Veja se é necessário deixar o peixe lá ou esperar alguns minutos e retorná-lo ao aquário principal. Quanto à água ruim, faça TPAs de 20% a cada 5 dias, com água descansada da torneira, e reveja a quantidade de alimentação que tem dado aos seus peixes.
Por fim, os radicalismos não são úteis para os aquários. O sal não pode ser a solução para tudo, mas também não deve ser banido do aquarismo, já que não se pode negar seus benefícios para os aquários e para nossos peixes. Devemos fazer uso dele apenas quando necessário, ou melhor, quando possível.
Fontes e leituras recomendadas:
http://bettasaopaulo.forumeiros.com/t45-tolerancia-do-betta-a-salinidade-da-agua
http://www.wetwebmedia.com/fwsubwebindex/poeciliids.htm
http://www.algone.com/articles/technical-aquarium-information/oxygen-in-the-aquarium
COMENTÁRIOS GERAIS COM RELAÇÃO A SUAS PRESENÇAS EM NOSSOS AQUÁRIOS:
É possível comentar que, de uma forma geral, poucas situações tendem a ser tão frustrantes para um aquarista do que a observação, em seu ou seus aquários, de surtos de algas.
É impossível impedir o aparecimento de algas no aquário, por mais cuidados que você tenha, elas sempre acabam aparecendo, às vezes, ficam até ornamentais no aquário, por exemplo quando algas verdes filamentosas se fixam a uma pedra e a cobrem toda parecendo um tapete natural de veludo, mas às vezes elas são os "bandidos", crescendo sobre as plantas e consequentemente matando-as sufocadas e impedindo que a planta receba luz, mas o que devemos fazer para evita-lás ou ao menos impedir que elas tomem conta do aquário? Para responder a essa pergunta é necessário conhecer os diversos tipos de algas.
Algas azuis
Essas algas normalmente cobrem as plantas, pedras e o solo por uma camada de gordura indo do azul-esverdeado até o castanho-escuro, a água do aquário fica com cheiro de mofo, elas aparecem normalmente em aquários que ainda não estão estabilzados, mas podem aparecer em aquários antigos também quando há excesso de alimento, se a água da rede de onde você mora for rica em nitratos e você não fizer mudanças frequentes de água. Para acabar com essas algas no aquário, faça trocas de água mais frequentes, eu recomendo 20% do volume total por semana, remover com as mãos mesmo as algas que estiverem nas plantas pedras e no solo e dos vidros com uma esponja, a sifonagem do fundo será muito importante para a retirada de detritos em decomposição, a introdução de animais que comem algas também ajuda.
Algas verdes
São as mais comuns, são pequenos pontos verdes nas pedras e nos vidros, quando elas aparecem é sinal que o aquário está em boas condições, mas tudo que é em excesso é ruim, então não a deixe passar de alguns simples pontos verdes no vidro traseiro e nas pedras, elas aparecem por excesso de luz, e uma grande concentração de nitratos e fosfatos. Frequentes trocas de água e a diminuição da intensidade de luz muitas vezes são suficientes, peixes que comem algas não costumam comê-las.
Algas verdes membranosas
Essas algas lembram uma espécie de membrana que cresce sobre as folhas das plantas, são ocasionadas por excesso de intensidade luminosa, a grande concentração de nitratos e fosfatos também contribuem para o seu desenvolvimento, essas algas são facilmente controladas com a aquisição de animais que comem algas e diminuição da intensidade luminosa, elas também podem ser removidas das folhas das plantas usando-se as mãos, pois se soltam facilmente.
Algas verdes filamentosas
Essas algas também são conhecidas como "algas peludas", muitas vezes são um grande pesadelo para quem tem um aquário plantado pois elas se fixam nas plantas matando-as sufocadas e impedindo a captação da luz, mas por outro lado, quando elas se fixam nas pedras ficam até ornamentais, na minha opinião, lembrando um tapete natural de veludo, os peixes que comem algas difícilmente se alimentam dessas algas, uma alta concentração de nitratos e fosfatos são uma das principais causas, a solução é fazer trocas parciais de 20% da água do aquário toda semana, diminuir o período de iluminação e cortar as folhas que estão infectadas.
Algas rodófitas
Também conhecidas como algas marrons, são pequenos pontos marrons que lembram ferrugem e se alojam nas plantas, pedras, solo e nos vidros, o principal motivo do seu aparecimento é a quantidade insuficiente de luz, você pode notar que elas sempre aparecem nos locais menos iluminados do aquário, outro fator que também contribui para o aparecimento dessas algas é uma concentração de nitratos muito alta. Para acabar com essas algas, normalmente o aumento da intensidade de luz ou do período de iluminação são suficientes, animais que comem algas também podem ajudar.
É de conhecimento de todos que a Floresta Amazônica é uma fonte praticamente inesgotável de inspiração na hora de montarmos um aquário. De lá saem incontáveis variedades de peixes, invertebrados e plantas, e ainda existem muitas espécies a serem descobertas.
Devido ao seu tamanho e a sua abrangência, é possível montarmos diversos aquários baseados no ecossistema amazônico, cada um com suas particularidades. Existem montagens apenas inspiradas no tema Amazônia, com algumas espécies de peixes, plantas ou invertebrados misturadas com outros de diversas regiões, até mesmo outros continentes. Existem também montagens mais específicas, com a intenção de imitar fielmente determinada localidade (região, curso d'água, et.), com fauna e flora nativas, porém algumas montagens se tornam mais peculiares e interessantes por usarem algo bem típico da Floresta Amazônica: Águas Negras ou Black Waters, como é mais comumente conhecida. A água com diferentes tons de cor de chá causa um impacto visual a quem a observa, sendo uma alternativa aos tradicionais aquários de água cristalina. Com toda a certeza, aquários assim chamam muito a atenção.
Os peixes amazônicos mais comuns mantidos nesses aquários são pequenos caracídeos como Neons Cardinais, Tetras Fantasma, Matogrossos e Ciclídeos Anões como Ramirezis, Xadrezinhos e diversos Apistogrammas. Mas ciclídeos maiores como Acarás Bandeira, Discos, Severos e Festivos também podem figurar nessas montagens. Existem outras espécies não tão populares a escolher, mais exóticas, como Peixe-Folha, Banjos e alguns Ancistrus por exemplo. Mais tarde falaremos sobre outras espécies.
Já a escolha da flora exige mais cuidado pois a água escurecida dificulta a passagem de luz, limitanto as espécies a serem utilizadas. Plantas mais resistentes como Musgo-de-Java, Feto-de-Java, Anúbias, Valisnérias, Higrófilas, Echinodorus e Sagitárias são boas opções. Existem também plantas que lançam folhas emersas, o que é algo considerável visto que elas podem aproveitar ao máximo a iluminação do aquário sem serem prejudicadas pela cor da água, como Ninféias (as mais indicadas para aquários são a Nymphaea amazonum e a Nymphaea indica). Vale lembrar que a intenção não é apresentar plantas para um biótopo e sim mostrar espécies que se adequem a uma baixa iluminação.
Em alguns cursos d'água que adentram a mata (Igarapé), e até mesmo durante a época das cheias, em que a floresta é inundada (Igapó), a água recebe uma imensa carga orgânica vegetal, que causa seu tingimento, "amolecimento" e sua acidificação natural. A tonalidade pode variar do amarelo mais claro até um marrom bem escuro. Essa variação depende da concentração de taninos (ácidos húmicos provenientes da decomposição parcial de troncos, folhas, raízes, galhos e outros restos de plantas). Ela pode ser conseguida através do uso de produtos químicos - extratos - encontrados em qualquer loja de aquarismo (Sera Morena, Tetra BlackWater, etc) ou do uso dos materiais citados anteriormente. Vale lembrar que estes troncos não devem passar pelo tratamento completo, apenas uma fervura de 30 minutos à 1 hora são o suficiente. Com o tempo eles acabam perdendo a capacidade de colorir a água. Outra boa opção é usar turfa, que além de escurecer, amacia e acidifica a água do seu aquário. Optando por folhas, as mais usadas são as de Goiabeira e as de Amendoeira (Terminalia catappa). Outros aquaristas fazem uso de fibra de coco. Em suma, existem muitas opções para dar essa tonalidade a água do seu aquário.
É muito importante que você evite usar carvão ativado e mídias semelhantes (como Seachem Purigem) pois elas tendem a clarear a água, que neste caso não é o objetivo.
Há também aquários particularmente interessantes pois tratam-se de montagens asiáticas, mostrando que existem outros lugares que apresentam água com essa tonalidade ampliando ainda mais o leque de opções (neste caso, usamos peixes como Rásboras - Arlequim e Kubotai, Tricogásteres -Trichopterus e Leeri, Colisas - Chuna e Lalia, Barbus - como Cereja e Sumatra, por exemplo).
Não existem limitações para o uso dessa água: pode ser usada em aquários de 30 litros como em aquários que ultrapassam o volume de 1000 litros; em aquários bem plantados e nos que não possuem nenhuma planta; desde os bem iluminados aos mais escuros; numa tonalidade mais clara e bem sutil como nas tão negras que beiram o marrom/vermelho; nas montagens para peixes mais caros, raros e exigentes como em montagens para peixes populares, acessíveis e resistentes.
São uma fonte de inspiração para quem deseja ter em sua casa algo pouco usual, diferenciado e ao mesmo tempo envolvente, tranquilizador e muito natural.
De vez em quando escutamos histórias sobre peixes devorando outros em aquários caseiros. Em primeiro lugar, não é preciso a presença de peixes “carnívoros” para que isso aconteça. Praticamente todas as espécies podem comer outras menores, o que na natureza é coisa bem normal.Também não é preciso ter dentes pontiagudos para que um peixe adore se servir de outros. Até as carpas podem comer filhotes de platis ou guppies, dependendo da fome.
Veja que não estamos falando aqui de peixes reconhecidamente carnívoros ou predadores, como piranhas, pirambebas, traíras, tucunarés, jacundás, aruanãs, peixes-faca, Lepisosteus, dourados, além de alguns bagres e bótias, ciclídeos como Zebrinha e Green Terror, e peixes das espécies Gobi e Polypterus, entre outros. Se bem que essas espécies são verdadeiros atrativos para quem gosta de aquários “hard”.
Ainda bem que já existem rações apropriadas para essa turma, e por isso, eles não dependam tanto de “alimento vivo”, no caso aqui, de pobres peixes pequenos. Já vi um amigo que mantinha um grande aquário com um Oscar e vários peixes. Ele dizia que o Oscar fazia o controle populacional do aquário.
Mas o que pretendo tratar é o canibalismo que acontece entre os peixes que sabemos ou acreditamos serem dóceis, normalmente, mas que vez ou outra terminam devorando outros da mesma espécie, ou diferentes. Acontece, muitas vezes, do criador colocar junto em um aquário de 80 litros, peixes incompatíveis, e que isso termine gerando brigas e agressões entre eles.
Um peixe ferido pode servir para que os outros avancem sobre ele, e no outro dia o criador estará se perguntando onde se meteu o seu peixe. A questão da compatibilidade depende mais das condições ambientais do tanque (tamanho, volume e alimentação, principalmente) do que do gênio de certas espécies para poderem conviver entre si ou não (claro, não falamos daqueles peixes carnívoros).
Espécies como barbos e tetras podem agir como verdadeiras piranhas, nesse sentido. O que também pode gerar esse canibalismo: pouco espaço para os peixes, alimentação deficiente, falta de esconderijos para certas espécies, ou de plantas, para outras, alto grau de estresse para uns, além de disputas por territórios ou por fêmeas, para outros.
De experiência própria, já perdi neóns por causas dessas disputas entre eles. Só que um neón dificilmente matará outro, porém, ao ferir seu oponente, os outros peixes, como por exemplo, Tetras do Congo ou Barbos Zebra podem aproveitar para devorá-lo.
O sumiço de um peixe, retirando-se outras opções de morte como doença, salto fora do aquário, ser sugado pela bomba do filtro, terá no canibalismo uma grande possibilidade. Por motivo de esquecimento ou viagem, se o aquário ficar vários dias sem alimentação, poderemos incorrer na predação, inclusive entre membros da mesma espécie.
Como sinais de canibalismo no aquário, temos agressões e ferimentos graves entre seus habitantes, mordidas em barbatanas e caudas, e aparecimento de peixes sem olhos e escamas arrancadas. Às vezes, pode ocorrer canibalismo em peixes que morreram por doenças ou brigas, e geralmente os locais mais atacados são os olhos e o abdômen.
Uma dica que posso deixar, ao pensar na população de seu aquário, é que não coloque peixes com grande diferença de tamanho quando adultos, nem se misture peixes predadores e carnívoros com espécies mansas. Um bom limite seria, no máximo, companheiros com o dobro de tamanho dos outros, ou de tamanho similar. Mais do que isso começa a ficar perigoso de os maiores devorarem os menores, dependendo dos peixes.
Ficou com dúvidas? Então acesse: Canibalismo no Aquário
O presente artigo tem como principal objetivo elucidar as principais dúvidas dos aquarista em relação ao uso do filtrante químico sintético e/ou carvão ativado em aquários de água doce, principalmente os plantados. Vale salientar que cada aquário é um sistema único e que por isso diversas configurações de filtragem são possíveis e com sucesso.
A abordagem aqui feita é simplória, questões específicas devem ser analisadas com muito mais cautela. Alguns termos técnicos foram omitidos ou substituídos por outros de modo a facilitar o entendimento do aquarista, porém outros não puderam seguir esta linha por comprometer o entendimento do conteúdo. Qualquer dúvida, não hesite em entrar em contato.
O termo o “Filtrante químico sintético” se refere aos produtos comerciais utilizados para remoção exclusiva de amônia, nitrito e nitrato. O filtrante químico sintético para remoção de fosfato não será aqui discutido.
CARVÃO ATIVADO E FILTRANTE QUÍMICO SINTÉTICO: O QUE SÃO?
Tanto o carvão ativado quanto o filtrante químico sintético são considerados peneiras moleculares. Mas o que são peneiras moleculares? São materiais, naturais ou sintéticos, que possuem minúsculos poros capazes de retirar de uma corrente gasosa ou líquida alguns compostos (íons ou moléculas), os quais são chamados de contaminantes. Como seu funcionamento remete a um processo de peneiramento, daí o nome peneira molecular. Assim, o carvão ativado é uma peneira molecular natural e o filtrante químico sintético é uma peneira molecular sintética.
CONCEITOS
Seguem três tópicos de conceitos que acredito ser interessante compreender:
A este processo de retirada de contaminantes de uma corrente líquida ou gasosa por um material sólido nós damos o nome de “aDsorção” (não confunda com “aBsorção”!). Na dúvida você pode utilizar o termo mais geral “Sorção”. O material sólido filtrante é chamado de adsorvente e as moléculas ou íons a serem retirados são chamados de adsorbato;
Ao processo de retirada do adsorbato do adsorvente damos o nome de dessorção. Isto ocorre quando o adsorvente é regenerado, ou seja, passa por um processo químico ou físico para que o adsorbato seja removido e, consequentemente, o adsorvente possa ser usado novamente;
A adsorção pode ser física ou química. Quando física, a atração entre as moléculas e o adsorvente é mais fraca, permitindo que o adsorvente seja regenerado mais facilmente, através de aquecimento ou outro meio. Já a química, o leito adsorvente se torna inutilizável quando sua capacidade de adsorção se esgota, pois sua regeneração não é um processo simples. Neste último, ocorre de fato uma ligação química entre o adsorvente e o adsorbato. Ao final da vida útil, é normal se descartar o leito e o substituir por outro.
DIFERENÇA DE ATUAÇÃO
Carvão ativado
O carvão ativado é um material poroso de origem natural (madeira, cascas de coco, bagaço de cana de açúcar, entre outros) que foi ativado com o objetivo de aumentar a sua capacidade de adsorção através do aumento da sua área superficial (quantidade de poros), muito importante para o processo de adsorção. Os materiais que servem de base para o carvão ativado possuem cerca de 10 a 12m2 /g, enquanto que o carvão ativado pode chegar a 1500 m2 /g, segundo Dutra, L. S. (2014).
Este tipo de adsorvente não possui tamanhos de poros definidos, sendo capaz de adsorver grande variedade de tipos de moléculas e/ou íons. Ou seja, o carvão ativado possui mega, macro, meso e microporos, adsorvendo o que couber dentro dos mesmos. Segundo Dutra, L. S. (2014), “Diversos estudos comprovam a eficiência de utilização do carvão ativado na remoção de metais pesados. LO etal. (2011) testaram a remoção de Pb2+,Cu2+, Cr3+e Cd2+ , utilizando carvão ativado proveniente de dois tipos de bambus e atingiram valores entre 90 e 100% de remoção. KOUAKOU etal. (2013) verificaram percentuais superiores a 70% para remoção de Zn2+ e Fe2+ , mostrando alta eficiência no tratamento de efluentes contendo esses metais”.
A distribuição de tamanhos de poros e as atividades químicas superficiais dos diversos tipos de carvão são bastante dependentes de sua origem (coque de petróleo, carvão vegetal, carvão betuminoso, lignita, entre outros) e das condições de ativação (pressão e temperatura).
O carvão ativo pode apresentar caráter ácido ou básico, relacionado com a oxidação na sua superfície. Este caráter é dependente das condições de manufatura do carvão e da temperatura na qual é fabricado. Um carvão ácido apresenta comportamento ácido, ou seja, adsorve quantidades apreciáveis de bases, tendo pouca afinidade por ácidos, enquanto que o carvão básico apresenta comportamento oposto ao carvão ácido. Logo, podemos concluir que o carvão pode acidificar ou alcalinizar a água do nosso aquário, mas acredito que não seja nada relevante.
As propriedades físicas do carvão ativo dependem dele estar sendo utilizado na forma de carvão ativo em pó (CAP), utilizado quando se tem fase líquida, ou na forma granular, utilizado para o adsorbato na fase gasosa. Para o CAP, as propriedades mais importantes são filtrabilidade e densidade, enquanto na forma granular são a dureza e o tamanho das partículas. Logo, as propriedades do carvão ativo vão influenciar a taxa e a capacidade de adsorção, sendo necessário levá-las em conta na escolha do carvão e na concretização do projeto dos equipamentos.
O carvão ativado que geralmente utilizamos nos aquários é o granular ou em bastões, o que não é muito recomendo para retirar contaminantes quando se tem fase líquida. Porém, o uso do CAP é praticamente impossível dentro do nosso cenário, pois não teria como deixar ele contido em um local e se espalharia por todo o aquário. Ainda assim, o CAG cumpre bem a sua função.
Filtrante químico sintético
O filtrante químico sintético é uma peneira molecular artificial, projetada especificamente para remoção de compostos orgânicos, como amônia, nitrito e nitrato. O seu efeito sobre íons (Zn2+ , Fe2+ , K+ , entre outros) é mínimo, pois suas cavidades não foram concebidas para retirar estes tipos de compostos.
Regeneração
Tanto no carvão ativado quanto no filtrante químico sintético ocorrem ambos os tipos de adsorção, a química e a física, um em menor proporção e outro em maior proporção. À medida que ocorre a saturação das cavidades dos adsorventes, ou seja, as cavidades vão sendo preenchidas pelo adsorbato, o carvão ativado e o filtrante químico sintético vão perdendo a sua função. Neste momento é necessário regenerar.
O carvão ativado é um produto regenerável, porém requer um processo um pouco mais demorado quando comparado à regeneração dos filtrantes químicos sintéticos, mas nada demasiadamente complicado. Há diversos textos na internet explicando como o fazer.
A diferença de regeneração entre os dois adsorventes reside na questão de que pelo fato do carvão ativado conter vários tamanhos de poros, infere-se que é mais propício que ocorra nele mais adsorção química do que ocorre no filtrante químico sintético, onde a adsorção física é predominante (lembre que o filtrante químico sintético foi concebido especificamente para a retirada de moléculas). Como a adsorção química faz com que adsorbato e adsorvente se liguem mais fortemente, consequentemente, o carvão passa a ter uma vida útil menor, pois durante a regeneração o adsorbato não se desprende facilmente do adsorvente de modo que vai se acumulando até inutilizar o carvão. Este também é o motivo da regeneração do carvão necessitar de outras etapas, como aquecimento.
Não há uma forma visível de se verificar a saturação do carvão ativado, mas pode-se inferir através de testes de amônia ou nitrato na água do aquário. Se a um destes dois testes acusar aumento repentino, é sinal de que pode ser o momento de trocar ou regenerar o carvão ativado.
A regeneração de um filtrante químico sintético é mais simples do que a do carvão ativado, pois a atração entre as moléculas orgânicas e o adsorvente é predominantemente física. À medida que é saturado, o filtrante químico sintético escurece. Logo, é possível verificar visualmente o momento de regenerar.
Desta forma, estes adsorventes podem ser reutilizados muitas vezes, até que sua capacidade de adsorção fica comprometida devido ao entupimento progressivo dos poros. À medida que se usa estes adsorventes, alguns poros vão sendo entupidos de forma que a regeneração não consegue retirar estes contaminantes que estão ali presentes, sejam as próprias moléculas orgânicas que se aderiram em demasia ou outros compostos que conseguiram entrar, mas que não saem com este tipo de regeneração. Isso acontece progressivamente, a cada ciclo “uso/regeneração”, até um momento em que a capacidade de adsorção fica muito baixa e o adsorvente precisa, inevitavelmente, ser trocado.
O FILTRANTE QUÍMICO SINTÉTICO E CARVÃO ATIVADO NO AQUÁRIO PLANTADO
O filtrante químico sintético
Como sabemos, as algas só existem em aquários que possuem condições tais que permitam a sua proliferação, devido ao excesso de um composto (amônia, nitrito, nitrato ou fosfato) em detrimento dos demais (não cito a falta de algum elemento pois é o mesmo que ter excesso de outro, o raciocínio é análogo). Ou seja, quando há um desequilíbrio elas tendem a aparecer. Quando adicionamos o filtrante químico sintético à filtragem, estamos retirando a “comida” das algas de forma que progressivamente elas começam a regredir. Desta forma, o filtrante químico sintético impacta indiretamente na pureza da água, dando um aspecto de água limpa e cristalina pela ausência de alga. Logo, o filtrante químico sintético não filtra as impurezas, mas retira os nutrientes necessários às algas, que são na maioria das vezes, a causa de turbidez nos aquários. Deve-se atentar ao fato de que estes filtrantes químicos sintéticos não removem o fosfato. Logo, você pode ter sim algas mesmo os utilizando.
Por outro lado, pode-se concluir que assim como impacta na proliferação de algas o filtrante químico sintético pode impactar no crescimento das plantas, já que tanto algas como plantas utilizam amônia, nitrito, nitrato e fosfato no seu metabolismo. Mas você pode está se perguntando: “Eu tenho um aquário plantado com o filtrante químico sintético e minhas plantas estão saudáveis, como isso pode acontecer?”. Acontece que a taxa de remoção destes compostos pelo filtrante químico sintético pode ser inferior à de geração dos mesmos. Logo seu aquário pode continuar tendo níveis adequados destes insumos mesmo usando este adsorvente, ainda mais quando estamos falando de um aquário plantado, onde a putrefação de folhas e o uso de substrato fértil gera uma alta carga orgânica. Se você usa o filtrante químico sintético em um aquário plantado e tem sucesso, não recomendo retirá-lo. O seu aquário já está estabilizado para esta configuração que você fez. Retirá-lo pode trazer mais dor de cabeça. Mas caso o queira fazer, fique atento ao aparecimento de algas e aumente as TPA’s (Trocas Parciais de Água) para diminuir a carga orgânica que se formará quando o filtrante químico sintético for retirado, até que seu aquário (biologia) se adeque e entre em equilíbrio novamente.
Outra alternativa, assim como tudo relacionado ao aquarismo, é realizar a mudança de maneira suave, esperando o ecossistema se adequar. Neste caso, sugiro ir reduzindo aos poucos o uso do filtrante químico sintético, retirando progressivamente a quantidade que se usa. Desta forma o impacto será bem menor. Mas se você está montando um novo aquário, não recomendo a utilização, considero um gasto desnecessário. Cabe a você decidir. Em aquários densamente plantados seu uso é fortemente não recomendado, pois o desbalanceamento acentuado nitrato/fosfato pode levar à proliferação de algas.
Carvão ativado
Já em relação ao carvão ativado, este sim traz problemas ao aquário plantado e pode trazer sérios problemas de algas. Como foi dito anteriormente, ele retira os macro e micronutrientes presentes na água, mas o principal problema é a retirada dos micronutrientes e do potássio, já que estes não são gerados espontaneamente no aquário. Estes compostos são inseridos durante as TPA’s e muitas vezes é necessária até uma fertilização líquida externa. Sem o potássio, o metabolismo da planta desacelera e o seu crescimento estagna. Sem os micronutrientes várias funções da planta são afetadas. Desta forma, então, as algas, organismos menos exigentes, podem se beneficiar da sobra de moléculas orgânicas (principalmente nitrato e fosfato) no aquário, e, consequentemente, se proliferarão em demasia.
Se o seu aquário plantado apresenta água límpida com o uso do carvão ativado, provavelmente as suas plantas estão com o crescimento muito lento ou, como na maioria das vezes, apresentando problemas nutricionais.
O FILTRANTE QUÍMICO SINTÉTICO E CARVÃO ATIVADO EM ÁQUARIOS COM MUITA FAUNA E POUCA FLORA
Filtrante químico sintético
Em aquários com muita fauna e pouca flora, os aquarista, ultimamente, têm optado por utilizar apenas o filtrante químico sintético como filtragem química, pois do ponto de vista de amônia, nitrito e nitrato, ele é muito mais eficiente que o carvão ativado, afinal ele foi projetado para isso. Mas e os microelementos? Não há necessidade de se preocupar em retirá- los, pois não há geração dos mesmos no aquário, ou digamos que é muito pouca, e apenas as TPA’s são suficientes para manter estes elementos em níveis adequados. No caso de se utilizar apenas o filtrante químico sintético, é ainda mais forte a necessidade do uso de condicionadores que retirem metais pesados na água de TPA, pois este adsorvente tem pouca capacidade de retenção destes compostos, os quais ficarão em circulação na água do aquário sem serem retirados e isso pode levar a problemas sérios ao aquarista.
Carvão ativado
Já no caso de haver apenas o carvão ativado no sistema de filtração, ele irá retirar os metais pesados, cloro, e as moléculas orgânicas. Mas como já sabemos, a sua capacidade de adsorção em relação aos compostos orgânicos é bem inferior quando comparado ao filtrante químico sintético. Logo, você terá que usar mais carvão ativado em relação ao filtrante químico sintético, comparando-se o mesmo tempo de uso de ambos, sem contar quem, a longo prazo, o carvão será inutilizado mais rapidamente devido ao entupimento progressivo acentuado neste adsorvente, conforme já discutimos anteriormente. Usando apenas o carvão no filtro, é possível não se utilizar condicionadores de água, embora não seja recomendado. Isto porque o carvão, despois de algum tempo no filtro, irá conseguir remover os metais pesados e o cloro que estão presentes na água da TPA. Porém, até que isso ocorra estes metais circularão no aquário durante um bom tempo o que pode trazer problemas, a depender da percentagem de água que for trocada. Logo, é recomendado sempre se utilizar condicionadores na água de TPA, seja utilizando o filtrante químico sintético seja utilizando o carvão ativado.
CONCLUSÃO
Tanto carvão quanto o filtrante químico sintético são peneiras moleculares, o primeiro retira tanto íons quanto moléculas orgânicas, já o segundo retira em grande parte apenas moléculas orgânicas.
O uso do carvão ativado não é recomendado em aquários plantados, já o uso do filtrante químico sintético abre brecha para o seu uso ou não. Cabe ao aquarista decidir. Em aquários densamente plantados não é recomendo o seu uso.
O uso de um e/ou outro em aquários onde se tem muita fauna e pouquíssima ou nenhuma flora é recomendado, pois retiram compostos que em excesso podem ser prejudiciais à vida aquática. A escolha de qual usar depende de cada um.
REFERÊNCIAS
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc32_1/10-EEQ-2209.pdf
http://qnesc.sbq.org.br/online/qnesc32_1/10-EEQ-2209.pdf
http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/adsorcao-sobre-carvaoativado.htm
http://www.feq.unicamp.br/~mak/Roteiros/carvao.htm
https://pt.wikipedia.org/wiki/Adsor%C3%A7%C3%A3o
http://qnesc.sbq.org.br/online/cadernos/02/peneiras.pdf
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/110084/000950981.pdf?sequence=1
http://www.comidadecorais.com/como-regenerar-carvao-ativado/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Carv%C3%A3o_ativado
http://www.naturaltec.com.br/Carvao-Ativado-Tecnicas-Seguranca.html
http://www.seachem.com/A resina sintética.php
É muito comum quando se é iniciante no aquarismo, notarmos que um de nossos peixinhos está barrigudo, mais gordo do que o normal. E no dia seguinte já está magro, com o ventre voltado para dentro. Observando o aquário percebemos um "pontinho" em movimento perto do substrato. Com mais atenção vemos que não é apenas um mas sim vários... Filhotinhos! Alevinos idênticos aos pais que que provocam surpresas aos aquaristas desavisados.
Isso geralmente acontece com os Poecilídeos, peixes capazes de gerar seus ovos dentro de seu ventre até a hora da eclosão, quando são expulsos do corpo da mãe já relativamente desenvolvidos. Diferentemente dos mamíferos, não ocorre ligação placentária dos alevinos com as mães, logo são ovovivíparos. A fecundação é sempre interna com o macho fertilizando os óvulos das fêmeas através de sua nadadeira anal modificada especialmente para essa finalidade, o gonopódio ou o andropódio dependendo da espécie. A gestação demora algo entre 28 à 32 dias e depende de alguns fatores como temperatura, pH, etc. Quanto mais quente mais rápido ocorre o nascimento. Um pH alcalino (7,2 à 7,6) também ajuda muito.
Nessa família os machos são muito ativos sexualmente e sua rotina básica é procurar por comida, dormir e tentar reproduzir, sempre... Tanto é que devemos ter um número maior de fêmeas por macho. Qualquer número a partir de 2 por macho já é considerável, mas há quem defenda 5 para mais. Sabe-se que na natureza, Guppys, por exemplo, existem na proporção aproximada de 1 macho para cada 12 fêmeas aproximadamente, é possível entender agora o porquê deste apetite sexual. Se não fosse assim eles não conseguiriam fecundar todas as fêmeas e não perpetuariam a espécie.
Sobre a água, são incondicionalmente peixes de águas tropicais (26 até 32°C) - com exceção dos Platys que vivem em águas mais amenas de 20 à 26°C, de pH alcalino (7,1 até 7,8), dureza média (6 até 20°), alguma salinidade dependendo da espécie (Molinésias por exemplo preferem águas salobras) - mas em todo o caso praticamente todos eles toleram certa quantidade de sal na água, aquários bem plantados, com uma boa iluminação e correnteza mediana. Volumes a partir de 50 litros são uma boa opção, dependendo da espécie (Mollys Velíferas e Espadas precisam de aquários obrigatoriamente a partir de 80 litros devido ao tamanho que atingem e pela territorialidade no caso dos Espadas).
A capacidade de liberar os alevinos já desenvolvidos e com o saco vitelino consumido garante uma chance à mais de sobrevivência a espécie. Os filhotes já nascem bem grandinhos e espertos. Aproximadamente de 3 até 6 mm, tamanho mais que suficiente para saber se virar sozinho e comer alimentos maiores (por isso são mais criados por iniciantes, são bem mais fáceis de se cuidar e não exigem alimentação especial especial) como ração de adultos triturada. Logo que nascem sabem que devem fugir das mães, já que entre esses peixes é muito comum o canibalismo. Sobem primeiramente à superfície para apanhar o primeiro gole de ar para encher suas bexigas natatórias e após se escondem por um tempo, para depois sair a procura de comida.
As espécies mais comuns de Poecilídeos que encontramos são Lebistes, Platys, Molinésias, Espadas, Agulhas, Tralhotos, Guarús, Agulhinhas (Meio-Bicos), Amecas etc.
Quando notamos que uma fêmea está prenha, temos duas formas básicas de tentar salvar os filhotes: usando aquários maternidade e criadeiras.
O aquário maternidade é um aquário comum, que deve ter um volume de 15 até 30 litros, água com pH e temperatura igual ao do aquário principal, sistema de iluminação, aquecimento e filtragem normais e adequados. Preferencialmente não terá cascalho nem nada como substrato e terá muitas plantas. Explicando de forma clara e objetiva:
Faz-se assim: quando notar uma fêmea mais gordinha que o normal, preparar antecipadamente o aquário maternidade (pode ser o mesmo usado como quarentena), quando a fêmea estiver bem gorda, com respiração ofegante, inquieta ou parada na superfície ou nos cantos escondidos do aquário, capturá-la delicadamente e colocá-la na maternidade. Alimentar normalmente, assim como apagar e acender as luzes como se fosse um aquário comum. Podem inclusive ser colocadas mais de uma fêmea por aquário, bastando ter uma boa vegetação.
Mais cedo ou mais tarde ela dará a luz aos filhotinhos, em um número que varia de 12 até 60 aproximadamente, dependendo da espécie, da maturidade e das vezes que ela já procriou. Você não precisa nem se preocupar com os pequeninos pois terão abrigo nas plantas. Você deve então devolver a fêmea ao aquário principal. Nesse momento alimente-a bem para recuperar as energias.
Você poderá criá-los neste aquário até que alcancem um tamanho que os pais não consigam mais comê-los, o que seria um centímetro mais ou menos. Tenha cuidado nas TPAs, pois são sensíveis, faça umas 2 vezes por semana de 15%, mais ou menos.
Segue um desenho simples de como deve ser um modelo bem básico aquário maternidade:
A criadeira é basicamente uma caixa de vidro, plástico ou acrílico, com uma divisão central e vários furinhos. A divisão serve para separar os filhotes da fêmea e os buraquinhos para garantir a circulação de água, é um estrutura de se pendurar do lado de dentro do aquário. Explicando:
Aqui um desenho simples que mostra dois dos modelos mais básicos de criadeiras à venda (existem muitas outras):
Pessoalmente prefiro usar aquários maternidade, pois os filhotes crescem bem mais rápido e com segurança do que na criadeira. Aliás, o aquário maternidade não precisa ser necessariamente um aquário pode ser uma bacia, um garrafão de água de 20 litros ou qualquer outro recipiente que permita a colocação dos equipamentos básicos. Eu já mantive dos dois modos e afirmo novamente que a melhor opção é o aquário maternidade.
Sobre a alimentação, temos que visar primeiramente a espécie que vamos criar: basicamente são todos onívoros, mas espécies como Guppy, Agulhinha, Tralhoto, Meio-Bico, Guarú tem necessidade de uma maior parte de proteína animal. Platys, Espadas e Molinésias tem necessidade de uma maior parte de vegetais, fibras.
Para as espécies que devem receber mais proteínas, artêmia salina (náuplios) são indispensáveis para um crescimento bem acelerado, assim como micro-vermes, etc. Já para as que devem receber mais fibras rações a base de spirulina são imprescindíveis. Lembrem-se que tanto artêmias como rações de spirulina devem ser fornecidos a todas esses peixes, basta aumentar ou diminuir a quantia de acordo com a exigência de cada espécie. Criadores profissionais dizem que Lebistes alimentados com náuplios de artêmias todos os dias em pouco menos de 3 meses chegam ao tamanho adulto... viçosos e saudáveis!
Limo nas vidros e nas pedras, gema de ovo cozida e passada na peneira (em pequena quantidade), ração dos adultos bem triturada com os dedos são opções caseiras, fáceis e práticas que podem ser tomadas como complemento.
Atente também que no mercado atual existem dezenas de opções de rações especialmente desenvolvidas para alevinos de poecilídeos, que são nutricionalmente balanceadas além de já virem trituradas, como um pó. Marcas como Alcon, Maramar, Tetra, Sera e JBL podem ser usadas com tranquilidade.
Com um tempo que varia de 3 até 4 meses já é possível sexar os peixinhos, caso seja esse seu interesse. O gonopódio começa a ser formado. No caso de Guppies, as primeiras manchas de cores começam a aparecer no macho.
No caso específico de ter um aquário só de Molinésias, não é necessário separar as fêmeas prenhas, basta ter muitas plantas que mais de 75% sobreviverão. Isso se deve ao fato da Molinésia não ser uma espécie muito ávida na prática do canibalismo. Alguns inclusive ignoram os filhotes.
Boa sorte a todos com as futuras ninhadas, serão muitas!
Um dos problemas mais sérios enfrentados por aquaristas do mundo todo é a proliferação da alga peteca. Mas afinal de contas, o que seria esta tal alga?
Algas peteca ou Black Beard Algae - BBA (do inglês) são algas epifíticas, que normalmente se assemelham a pequenos tufos de coloração verde oliva ou quase negro. Outros gêneros desta alga também podem ser encontrados sob diferentes formas e colorações. Contudo, este artigo irá tratar do gênero mais comum em aquários dulcícolas, apesar das técnicas utilizadas para extermínio destas também serem eficientes contra diversas outras.Elas podem fazer mal?
Ao contrário do que alguns possam imaginar, as algas peteca não fazem mal algum aos peixes. Não são tóxicas se ingeridas e nem liberam toxinas na água. Contudo, uma grande quantidade delas pode acabar asfixiando as plantas do aquário, principalmente plantas que possuem crescimento lento (gêneros Cryptocoryne, Anubias, Microssorium, Echinorodus entre outras), levando-as a morte lentamente. Deve-se tomar muito cuidado com estas algas em aquários com muitas plantas como essas. No entanto, apesar do fator estético, uma população controlada de petecas não irá fazer mal ao seu aquário ou aos seus habitantes.
Como elas surgem?
Estas algas podem surgir em seu aquário por diversos fatores. Os mais comuns são: aquisição de plantas e adereços contaminados; deficiência/excesso de elementos químicos presentes na água aliados a alguns outros fatores internos/externos.
Apesar de um dos fatores que levam à proliferação de algas peteca ser justamente a inserção de plantas e outros adereços contaminados, essa “contaminação” somente vai ocorrer dependendo do meio em que foi inserida. Assim como acontece com as plantas e com outras espécies de algas, para o correto desenvolvimento da alga peteca é necessário um ambiente adequado, que contenha os requisitos básicos para sua proliferação. É neste ponto que entra a questão dos elementos químicos e da influência dos fatores internos e externos.
O que pode ser notado em muitos aquários onde a peteca se proliferou é a presença de uma grande concentração de ferro, normalmente acima do indicado para as plantas. Este tipo de desequilíbrio pode ocorrer com maior facilidade em aquários plantados, onde existe a necessidade da aplicação deste elemento na forma de fertilização. Outro fator que colabora para a proliferação da alga peteca é a presença excessiva de O2, lembrando que a quantidade de O2 não está necessariamente ligada à quantidade de CO2 dissolvido na água. Você pode encontrar ambientes ricos em O2 dissolvido e ao mesmo tempo ricos em CO2. As algas peteca costumam ser inicialmente encontradas próximas às correntezas geradas pelos filtros ou bombas, devido ao fator O2. O último fator que vale ser ressaltado é a iluminação. Em ambientes bem iluminados essas algas surgem com uma maior frequência.
Por fim nota-se que os aquários plantados são o alvo número um das algas peteca, mas isso não quer dizer que aquários não direcionados às plantas estejam livres destas pragas.
Como eliminá-las?
Algas peteca são bastante prolíferas e devem ser combatidas logo no princípio, pois rapidamente elas irão se espalhar por todo o aquário, dificultando assim o tratamento. De qualquer forma, combater essas algas não é uma tarefa muito fácil, irá exigir muita paciência e alguma técnica, já que não podem ser arrancadas de forma mecânica como acontece com outros tipos de algas. Os produtos que são vendidos no mercado para matar algas, também não parecem fazer efeito algum nas petecas, assim como não se nota nenhuma melhora significativa com TPAs (trocas parciais de água). Então, como acabar com essas algas?
- Tratamento natural:
Uma das formas utilizadas para o combate às algas peteca é a utilização de procedimentos naturais, o que acaba não sendo muito eficiente ou rápido, mas em compensação é a melhor forma, e que evita o ressurgimento das algas na maioria dos casos. Para a realização do combate natural, deve-se seguir uma série de ações para evitar basicamente os fatores que fazem com que essas algas surjam no aquário. Desta forma é interessante:
· Evitar excesso de ferro no aquário. Isso pode ser evitado realizando-se monitoramento periódicos deste elemento, através de testes específicos encontrados no mercado. TPAs são boas escolhas para diminuir os níveis de ferro dissolvidos na água do aquário.
· Evitar correntezas ou fluxo forte de água na superfície. Normalmente filtros do tipo canister são bons para o tratamento, pois não geram muita correnteza na água; ou seja, a quantidade de O2 dissolvido acaba sendo menor. Para outros tipos de filtros, principalmente do tipo hang-on ou traseiros, é interessante diminuir a queda d’água ao mínimo. Isto pode ser conseguido colando uma pequena placa de plástico na saída de água, fazendo com que o contato da água do filtro com a superfície do aquário seja menos turbulenta.
· Fauna algueira. Muitos peixes se alimentam de algas que surgem no aquário, mas em se tratando de algas peteca o assunto fica um pouco mais complicado. Peixes da família Loricariidae (Cascudos e Limpa Vidros) entre outros parecem não apreciar muito esta alga, assim como caramujos e camarões. Poucos peixes parecem dar conta destas algas, mas uma fauna algueira pode ser de grande valia ao decorrer do tratamento, principalmente quando a alga já se encontra debilitada.
· Filtros UV. Algas peteca se espalham também através de esporos em suspensão, portanto, a utilização de um filtro UV ajuda a filtrar a água e a matar esses esporos suspensos, evitando que novos focos possam surgir em diferentes pontos do aquário.
· Podas nas plantas afetadas. Realizar podas nas folhas das plantas mais afetadas, enfraquecendo desta forma o foco de petecas.
· Retirada manual. Retirada manual de petecas com ajuda de limpadores de vidro (magnéticos ou de lâmina), principalmente nos vidros. A retirada pode ser realizada também com uma pinça, em petecas que se encontram em pedras, troncos ou outros adornos. Não é bom retirar manualmente petecas que estejam nas folhas de plantas, pois estas podem ser danificadas no processo.
· Potencializar a injeção de CO2. A injeção de CO2 também parece interferir na vida das petecas. Em aquários com pH bastante ácido (abaixo de 6.0) e injeção de CO2 constante notou-se uma diminuição do crescimento populacional de algas peteca, e em alguns casos a extinção por completo destas algas. No entanto, vale ressaltar que este nível de CO2 e pH podem ser fatais para alguns tipos de peixes, e principalmente para invertebrados.
- Tratamento com química:
Uma prática muito comum entre os aquaristas é a aplicação de produtos químicos nos focos das algas peteca, diretamente injetados com uma seringa. Dessa forma consegue-se um resultado quase imediato, com um custo benefício bastante estimulante. Contudo, essa prática tem se mostrado temporária, já que em pouco tempo as algas tendem a voltar para o aquário, pois a fonte do problema não foi solucionada. Existem três formas conhecidas de acabar com as petecas através de uso de química:
· Aplicação de carbono orgânico dissolvido na água. Na realidade o uso do produto (nomes comerciais mais comuns são Seachem Flourish Excel e Azoo Carbon Plus) é naturalmente realizado para complementar a fertilização liquida do aquário, já que é uma fonte carbono orgânico útil para as fauna; Em aquários pequenos ele chega a ser o substituto do CO2. Contudo, notou-se uma breve degeneração das algas peteca ao se ministrar o produto como complemento nutricional para plantas. Utilizando-se uma ou duas vezes a dose recomendada pelo fabricante, rapidamente se nota essas algas perecendo. Este tratamento é muito utilizado pelos aquaristas, que iniciam o processo com uma dose maior, e após o extermínio das algas utilizam doses menores, como medida de precaução. Deve-se salientar que ao utilizar uma dose maior do que a indicada pelo fabricante corre-se o risco de comprometer a saúde de algumas plantas mais sensíveis, como é o caso de Hemianthus micranthemoides, Riccia fluitans, entre outras. Dependendo da dose utilizada, pode inclusive fazer mal à fauna.
· Aplicação de carbono orgânico injetado. Este procedimento é similar ao anterior, com relação ao tipo de tratamento e produto utilizado. Contudo, o método da aplicação é bem distinto. O resultado também é conseguido com menos tempo de espera, apesar do esforço ser bem maior. Neste processo é utilizada uma seringa para injetar o produto diretamente nos focos das petecas. Cerca de dois dias após a aplicação já se obtém bons resultados. Segue abaixo uma tabela sugerida para aplicação do produto com seringa:
Dia ml de Excel / 60 litros
1 | 10 ml |
2 | 5 ml |
3 | 5 ml |
4 | 2 ml |
5 | 2 ml |
6 | 1 ml |
7 | 1 ml |
Vale ressaltar que a aplicação direta do produto nas folhas de algumas plantas mais sensíveis, como Hemianthus micranthemoides, Microssorium pteropus (e variações), Riccia fluitans, entre outras, pode acabar por matá-las. Nenhum mal à fauna ou às bactérias benéficas do filtro foi verificado.
· Aplicação de H2O2 (água oxigenada) injetado. Este procedimento é similar ao anterior, com relação ao tipo de tratamento, contudo, o produto acaba sendo mais viável para a maioria dos aquaristas, por ser um produto mais barato e mais fácil de encontrar para venda. Estamos falando do H2O2, a água oxigenada de 10 volumes encontrada em qualquer farmácia. O tratamento será semelhante ao anterior, ou seja, deve-se aplicar o produto com uma seringa diretamente nos focos de algas. O resultado também é conseguido com menos esforço. Em algumas ocasiões você já é capaz de ver bons resultados no primeiro dia. Segue abaixo uma tabela sugestiva para aplicação do H2O2 com seringa:
Dia ml de H2O2 / 60 litros
1 | 30 ml |
2 | 15 ml |
3 | 15 ml |
4 | 10 ml |
5 | 5 ml |
6 | 5 ml |
7 |
5 ml |
A única diferença da aplicação de H2O2 para a aplicação do carbono orgânico é que no segundo é indicado desligar os filtros por um período de cerca de 30 a 60 minutos durante o tratamento, e após este tempo fazer uma TPA de 20-30%. Vale ressaltar também que a aplicação direta de H2O2 nas folhas de algumas plantas mais sensíveis, como Hemianthus micranthemoides, Microssorium pteropus (e variações), Riccia fluitans, entre outras, pode acabar por matá-las. Nenhum mal à fauna ou às bactérias benéficas do filtro foi verificado.
- Tratamento Natural e com química:
Ao meu ver, este acaba sendo o melhor método para combater as algas peteca. Basta ter bom senso para perceber que as técnicas naturais podem evitar ou dizimar a população de petecas, não deixando essas algas retornarem por fim, e as técnicas de utilização de elementos químicos fariam o papel de acelerador do processo, fazendo com que as petecas sejam extintas num tempo mais curto. Se pudermos combinar esses dois fatores durante o processo, é bem provável que o sucesso seja conseguido.
Mas para aqueles que estão tentando acabar com uma proliferação destas algas pela primeira vez, vale ressaltar que qualquer procedimento que você resolva adotar talvez possa não ser eficaz da maneira que você espera. Por esse motivo estas algas são conhecidas como as mais difíceis e persistentes em se tratando de ambientes dulcícolas.
Estações Secas e Chuvosas no Aquário
Muitos peixes tropicais se reproduzem sazonalmente devido a mudanças de seus ambientes naturais. Na maioria das vezes eles o fazem no começo da estação chuvosa, porque ela trás um aumento do suprimento de comida e maior possibilidade dos alevinos encontrarem alimento e abrigo.
Recriar a maioria das mudanças possíveis que ocorrem durante as estações chuvosas pode ser um caminho para se obter a desova das espécies que, de outra forma, seriam muito difíceis de procriar. Algumas espécies são tão fáceis de procriar que não se faz necessário usar os métodos descritos abaixo, mas certas espécies precisam deles. Primeiro tente as regras básicas de reprodução mas se não conseguir, tente algumas das sugestões abaixo
A seguir uma compilação de maneiras de conseguir reprodução de peixes vindos de áreas onde as estações secas e chuvosas são marcantes como o Amazonas e o Rio Negro na América do Sul. Os dados e idéias foram colhidas de diversas fontes incluindo livros, amigos, a internet e baseados também na minha própria experiência acasalando peixes-gato e Tetras sul-americanos.
A simulação das estações secas e chuvosas dura cerca de quatro semanas. Usando métodos simples alguns conseguiram reproduzir Panaque nigrolineatus, Sturisoma sp., e Comedores de Algas Sieameses, que são considerados peixes muito difíceis de reproduzir.
Gatilhos reprodutores da natureza:
Relacionadas abaixo estão as diferentes mudanças que podem ocorrer durante o início das estações chuvosas e que podem induzir as espécies a se reproduzirem. Elas não estão dispostas em qualquer ordem nem se sabe ao certo quais delas devem ocorrer simultaneamente para que ajudem a reprodução.
1. Baixa pressão:
Após um longo período de pressão alta ao final da estação seca, a pressão barométrica cai, com a chegada das primeiras chuvas.
2. Aumento da oferta de comida:
Depois de um período de inanição após a estação seca, a oferta de comida aumenta drasticamente. Algumas espécies ficam esqueléticas pois em alguns casos podem ficar cerca de um mês sem comida. Certas espécies comem até detritos de outros peixes para se nutrir.
3. Diversificação de alimentos:
Durante a estação seca a comida escassa se resume a larvas e mosquitos que afundam, além de restos de plantas. Quando caem as chuvas, caem também mosquitos e outros insetos sobre a superfície da água, pólem de flores, sementes de frutas, larvas frescas e ovos, além de alevinos de outras espécies que começaram a reproduzir precocimente.
4. Aumento no fluxo de água:
O resultado das chuvas é o auemnto da vazão de água. O peixe se torna mais ativo. Algumas espécies migram contra a correnteza para atingir águas mais calmas e mais apropriadas para a desova.
5. Aumento nos níveis de oxigênio:
Chuva caindo na superfície da água aumenta o teor de oxigênio dissolvido. Aumenta na vazão também faz o teor de oxigênio subir. Em muitos casos o nível elevado de oxigênio é a condição que os ovos e os alevinos precisam, em seus primeiros dias.
6. Diluição das substâncias dissolvidas na água:
Quanto mais duradoura for a estação seca, mais sais, substâncias húmicas e material orgânico estarão concentrados na pouca água que sobra. Quando a chuva começa, a concentração dessas substâncias decresce, por causa da diluição. O rio, a correnteza, etc., vai se diluindo com a água da chuva que tem dureza igual a zero. Isto abaixa a dureza e muitas vezes o pH.
7. Mudança na temperatura da água:
A temperatura da água costuma cair quando o tempo fica nublado ou com a água fria das chuvas. Nos terrenos elevados as variações térmicas costumam ser maiores que em áreas de terras baixas (10°C comparado a alguns graus).
8. Variação na profundidade da água:
O aumento no volume de água causa um aumento na profundidade do rio. A pressão no fundo aumenta e o peixe ganha um espaço vertical maior para nadar. A distância para a superfície será maior para aquelas espécies que vão à superfície pegar ar.
9. Maior disponibilidade de locais para a desova:
Ao final da estação seca só existe água fluindo no meio do rio ou córrego e existe muito poucas plantas ou abrigos. Com o aumento na profundidade da água, os peixes podem encontrar novas áreas alagadas com plantas, raízes, troncos e sombras, onde podem esconder seus ovos e dar aos alevinos uma maior chance de se esconder.
10. Mudanças na iluminação:
A intensidade de luz e sua duração diminui por conta das nuvens em conexão com as chuvas. Algumas partes do dia podem se tornar muito escuras durante chuvas intensas. Com mais nuvens no céu a claridade da manhã demora mais a acontecer e o entardecer acontece precocemente.
Até o ângulo de incidência da luz varia durante o ano. Quanto mais afastado do equador, maior será a variação.
Note que certas espécies preferem total escuridão para desovar (elas habitam vegetação densa entre raízes e águas escuras).
11. Aumento nos níveis de fitoplancton:
Quando chega a estaçã chuvosa isto acontece em certas águas. Isto também é um sinão para peixes adultos desovarem pois há alimento para os pequenos filhotes por vir.
12. Época certa do ano:
Certas espécies possuem um relógio biológico muito forte, que está conectado à mudança das estações secas e chuvosas naquela região.
13. Desovas de outras espécies:
Hormônios de outros peixes na água podem ser um gatilho para a desova de certas espécies.
14. Sons:
Até mesmo o cair da chuva contra a superfície da água pode ser um sinal para a desova. Talvez também o som dos trovões.
Como nós simulamos isso no aquário?
Abaixo estão sugestões de como simular os mais variados estímulos citados acima. Quais escolher dependerá das espécies que se pretende obter a desova. Certas espéices podem precisar de apenas algumas, como boa alimentação e trocas de água por outra de temperatura mais baixa, enquanto outras precisam da maioria dos itens listados acima. A lista a seguir segue a mesma ordem que a de cima:
1. Baixa pressão:
Existem muitos relatos de pessoas que tiveram desovas em seus aquários durante períodos de baixa pressão. Entretanto, essas mesmas espécies poderiam ter desovado em períodos de alta pressão se as circunstâncias corretas estivessem presentes. Baixa pressão é impossível de simular em um aquário, então mantenha os olhos na previsão do tempo e comece a simular um tempo chuvoso durante esse período de baixa pressão.
2. Aumento da oferta de comida:
Se os peixes estão em boas condições quando em período de desova, eles podem ficar sem comida por várias semanas. Quando o alimento começa novamente a ficar fácil isso pode despertar seu instinto para desovar.
3. Diversificação de alimentos:
Trocar de alimentação pode disparar o gatilho para a desova. Em algumas águas Sul Americanas a quantidade de larvas de mosquito aumenta (especialmente larvas brancas) no começo da estação chuvosa. Se você não costuma oferecer tais larvas regularmente e resolve fazê-lo durante esta simulação de estação chuvosa isso poderá estimular a mudança de comportamento.
4. Aumento no fluxo de água:
Facilmente equacionável com diferentes tipos de bombas e filtros. Certas espécies desovam perto de locais com grande movimentação de água, como por exemplo em frente à saída do filtro.
5. Aumento nos níveis de oxigênio:
Use uma pedra porosa e compressor ou então deixe um filtro fazendo “splash” na superfície para aumentar o teor de oxigênio.
6. Diluição das substâncias dissolvidas na água:
Use turfa e sais como CaCO3, MgSO4 ou fertilizantes para manter a água com altas concentrações tanto de sais quanto de substâncias orgânicas durante esta simulação de estação seca. Depois, dilua com água o mais mole quanto possível quando a estação chuvosa começar (pode-se aqui usar água de Osmose Reversa).
7. Mudança na temperatura da água:
Use aquecedores submersos para manter a temperatura alta durante o período seco. Note que certas espécies não suportam temperaturas nem tão altas nem tão baixas e que também certas espécies preferem temperaturas mais elevadas para desovar. Tais espécies talvez procurem por grama alagada para desovar, onde o sol aquece o espelho d’água.
Para baixar a temperatura, alguns apenas diminuem a regulagem dos termostatos. Para resfriar mais ainda, alguns ventilam o local do aquário ou colocam blocos de gelo no aquário.
8. Variação da profundidade da água:
Baixe o nível da água para 25% do normal durante a estação seca. Eleve para o nível normal em alguns dias quando a estação chuvosa começa.
9. Maior disponibilidade de locais para desova:
Troque as plantas e decoração. Caso não use cascalho, plante algumas plantas em potes e faça cavernas com raízes para tornal o local aconchegante para a desova.
10. Mudanças na iluminação:
- Intensidade luminosa: possuindo diversas lâmpadas no aquário se torna fácil manter apenas uma ligada ou até mesmo usar apenas a luz natural de sua casa. Outra técnica seria cobrir a tampa de vidro de seu aquário com folhas de papel.
- Duração do fotoperíodo: próximo ao equador, a duração de luz costuma ser de 12 a 14 horas ao longo do ano. À medida que nos afastamos do equador aumenta a diferença de tempo entre as estações. Diminua o tempo em 1 a 2 horas tanto de manhã como ao anoitecer. Use um timer.
- Ângulo de incidência da luz: difícil de simular no aquário.
11. Aumento nos níveis de fitoplancton:
Não é fácil de simular no aquário, mas pode-se tentar infusórios. Mesmo que isso não estimule a desova, pode ser uma boa primeira alimentação para certas espécies com alevinos bem pequenos.
12. Época certa do ano:
Peixes coletados na natureza podem necessitar que esteja na estação chuvosa na área de onde eles são capturados, para que desovem em nossos aquários. Descubra de onde a espécie é nativa e quando ocorre a estação chuvosa lá.
Peixes reproduzidos em cativeiro geralmente possuem seu senso de quando é a estação chuvosa e quando as chuvas estão menos intensas e as vezes podem ser reproduzidos ao longo do ano todo. O mesmo pode ser verdade para peixes que foram coletados ainda jovens. Se eles não vivenciaram uma estação chuvosa então pode ser mais fácil deles desovarem numa época distinta daquela em que eles normalmente desovariam na natureza.
13. Desovas de outras espécies:
Deixe uma outra espécie de desova mais fácil desovar no aquário em que você quer que determinada espécie desove. Isto funciona como um tratamento hormonal natural. Uma alternativa seria fazer a primeira espécie desovar num outro aquário e usar parte de sua água no aquário no qual estamos tentando a desova.
14. Sons:
Adicione água a seu aquário através de uma placa plástica contendo diversos pequenos orifícios. As gotas que cairão através dos furos irão simular os pingos de chuva caindo sobre a superfície da água.
Outras idéias que são usadas pelos criadores são:
• Filtrar a água sobre calcário durante a estação chuvosa. Isto faz a água ficar mais dura, mas pode ser a mudança na química da água que faz com que certas espécies desovem.
• Mova os peixes bem alimentados de um tanque com condições não ideais (sem substrato, parâmetros incorretos, muitos peixes atrapalhando, etc) para outro com as condições corretas para a desova. A mudança em si associada a todas as modificações que ocorreram podem levar o peixe a desovar (técnica usada na reprodução de vários Tetras).
Sugestões para um esquema de desova:
Preparações e dicas:
Escolha um aquário do tamanho apropriado para a espécie em questão. O aquário precisa ter o volume que seja suficiente quando apenas 25% dele estiver com água. O principal problema é manter o nível de oxigênio alto o suficiente sem um filtro ou pedra porosa. Construa tocas e coloque algumas plantas. O aquário deverá simular o final da estação seca.
• Substrato
Existe debate entre usar ou não. O mais comum é ter algum tipo de cascalho mas turfa ou perlon pode ser usado. A introdução desse substrato de fundo ajuda a aumentar a superfície para que bactérias benéficas se multipliquem.
Vantagens de usar substrato:
- Algumas espécies preferem chão escuro, outras pálido, como certas Corydoras;
- Muitas espécies gostam de fuçar o fundo à procura de comida;
- Corre-se menos riscos de fungos atacarem pequenos alevinos de peixes de fundo;
- Ovos que caiam no substrato são mais difíceis dos pais acharem e comerem;
- Não existem reflexos vindos do chão.
Desvantagens de seu uso:
- Difícil verificar se toda comida foi consumida;
- Difícil de limpar sem sifonar (e correr o risco de sugar os ovos).
- Se você não sabe como o peixe desova então terá que montar o aquário com um pouco de cada coisa. As plantas podem ser variadas com plantas de folhas grandes (samambaia de Java, Echinodorus, Anubias e Hydrocotyle), folhas delicadas (Myriophyllum, Cabomba e Egeria), estreitas (Valisneria) e outras (musgo de Java, Najas). Plantas grandes podem ser plantadas em potes para fácil remoção. Use raízes, canos de PVC de diversos diâmetros, plantas plásticas. Todos esses acessórios devem ser devidamente desinfetados e livres de caramujos.
• O tanque deve ser preechido com água vinda do tanque onde o peixe estava antes e ter a mesma temperatura. Certifique-se de que a água foi trocada recentemente (baixos teores de nitritos e nitratos).
• Um filtro de vazão controlável deve ser usado.
• A cobertura de lâmpadas deve ser capaz de oferecer um brilho intenso de luz.
• O aquecedor deverá ser disposto próximo ao chão do aquário, porém fácil de ajustar. Certifique-se de que este aquecedor possa ser totalmente submerso.
• Cubra as laterais com papel para evitar assustar os peixes enquanto se move pelo cômodo.
• Não alimente com larvas de mosquito antes da tentativa de desova.
• Certifique-se de ter turfa (a preta é preferível), cones de desova, folhas, extrator de turfa (carvão ativo/Purigen). Certifique-se de que a Dureza em Carbonatos esteja entre 2 e 3 KH para evitar surpresas de quedas de pH quando a turfa for colocada.
• Escolha animais maduros e saudáveis na quantidade apropriada de machos e fêmeas dependendo da espécie e os coloque no tank de desova. Eles devem ser bem alimentados para que suportem as duas semanas de estação seca.
Esquema de simulação:
Fim da estação chuvosa:
Ainda alguma comida e o nível das águas ainda não começou a cair.
Dia 1. Alimente cerca de 1/10 do normal. As luzes devem agora ter um nível entre ensolarado e nublado por cerca de 14 horas. Filtro com vazão máxima.
Dia 2. Baixe o nível da água em 10%, alimente 1/10 do normal. Coloque algum carbonato de cálcio e sulfato de magnésio para aumentar tanto a Dureza Total quanto a Dureza em Carbonatos 1° cada (uma alternativa seria tirar 20% da água e adicionar metade dessa quantidade de água Dura, se estiver disponível). Coloque uma dose de fertilizante para plantas conforme instrução do produto (isso oferece mais sais para a água).
Dia 3. Baixe o nível da água em 10% e não alimente. Eleve a temperatura um grau.
Dia 4. Baixe o nível da água em 10%. Aumente o GH e o KH em 1° cada. Alimente 1/10 do normal. Coloque turfa e cones de desova. Taninos serão liberados nos próximos dias.
Início da estação seca:
Oferta de alimento diminue e cessa. Nível da água e corrente diminuem.
Temperatura da água restante aumenta.
Dia 5. Baixe o nível da água em 10%. Não alimente. Aumente a temperatura cerca de um grau. Diminua a vazão do filtro. Verifique o pH.
Dia 6. Baixe o nível da água em 10%, alimente 1/10 do normal.
Dia 7. Baixe o nível da água em 10%. Aumente o GH e o KH em 1° cada. Pare de alimentar até o dia 21. Aumente a temperatura cerca de um grau.
Dia 8. Baixe o nível da água em 10%.
Dia 9. Baixe o nível da água em 10%. Aumente o GH e o KH em 1° cada. Desligue pedras porosas ou bombas de circulação. Retire o filtro para limpeza. Deixe o filtro rodando em outro aquário para manter vivas as bactérias benéficas por uma semana, quando este filtro será novamente usado.
Dia 10. Baixe o nível da água em 10%. A essa altura o nível da água deve estar em 25% da capacidade total do aquário. A temperatura deve estar próxima dos 28°C. Coloque turfa, cones de desova, folhas, etc. Adicione fertilizante. Aumente a iluminação para o máximo. Remova qulaquer planta flutuante. De início ao uso da cultura de infusórios. Verifique o pH.
Dias 11 a 19. Deixe os peixes em paz.
Início da estação chuvosa:
As primeiras nuvens já podem ser vistas no céu mas as chuvas não começaram a cair.
Dia 20. Limpe o filtro que estava rodando no outro aquário. Diminua a iluminação tanto na intensidade quanto na duração (diminua para 10 horas). Retire a turfa e folhas. Verifique o pH.
Primeira chuva:
Dia 21. Recoloque as plantas flutuantes. Adicione mais plantas do tipo que o peixe gosta para desovar. Adicione água limpa e mole (cerca de 20% do volume do tanque). A temperatura dessa água deve ser uns 3°C mais fria que a água do tanque. Recoloque o filtro e faça-o funcionar com metade de sua capacidade, se possível. Experimente desligar as luzes por umas duas horas no meio do dia para simular nuvens pesadas. Diminua a temperatura do termostato em 2°C. Alimente um pouco com larvas de mosquitos e artêmias salinas recém eclodidas. Adicione infusórios para que a água fique ligeiramente turva.
Dia 22. Reponha mais 20% de água ao tanque com água 5°C mais fria. Aumente a vazão do filtro para o máximo, fazendo com que exista splash na superfície da água. Baixe a temperatura no termostato outros 2°C. Alimente bastante e com freqüência. Adicione infusório para turvar um pouco a água. Adicione alguma vitamina na água e fertilizante para plantas.
Dia 23. Adicione mais 20% de água ao tanque com água 5°C mais fria. Ligue algum tipo de aeração, porém fraca. Baixe mais 2°C na temperatura do termostato. Alimente bastante e adicione mais infusório.
Dia 24. Desligue o termostato se o peixe puder suportar a temperatura ambiente. Aeração a meia força. Complete o volume do tanque com água 5°C mais fria. Se for possível, abra uma janela durante a noite para baixar a temperatura ainda mais. Alimente bastante e coloque mais infusórios.
Alta estação das chuvas:
Dia 25. Aeração em força total. Troca parcial de 50% e alimente bastante.
Dia 26 em diante. Mantenha a aeração no máximo e faça trocas parciais de 50% e alimente bastante até que ocorra a desova.
Nota do tradutor: No dia 10 está sendo sugerido que as elevações de temperatura atinjam 28°C mas para muitos peixes tropicais que aguentem temperaturas mais elevadas, este valor pode passar de 28°C.
Autor: Kristian Adolfsson
Tradução e adaptação para o português Marcos Mataratzis
Existem certas montagens em que o aquarista faz uso de folhas secas espalhadas pelo fundo do aquário, seja por funcionalidade, naturalidade ou simplesmente estética. Aqui teremos um passo-a-passo de como realizar o tratamento adequado e deixá-las prontas para serem usadas.
Primeiramente devemos ter em mente em que tipo de aquários elas são adequadas: quase todos os que possuírem água ácida, com pH igual ou menor que 6,9. Elas dão um ar natural e muito semelhante ao que encontramos na natureza. Em determinados temáticos ou biótopos, seu uso é essencial para imitarmos ao máximo a região pré-determinada.
Observe esse temático, note o fundo coberto com folhas secas imitando o leito de um Igarapé.
Porém, devemos estar cientes que as folhas estão longe de serem meras peças decorativas, elas também servem de refúgio para animais mais tímidos, como ciclídeos anões sul americanos (praticamente todos os peixes do gênero Apistogramma, Mikrogeophagus e Dicrossus por exemplo) apreciam muito montagens que utilizam folhas secas em sua composição. Servem para ajudar a demarcar território, como refúgio no caso de disputas, como local de desova (algumas espécies inclusive tem preferência por desovar em folhas secas, como os Dicrossus).
Veja um Dicrossus filamentosus entre as folhas secas.
As folhas secas, assim como troncos, raízes e galhos liberam taninos (polifenóis de origem vegetal), substâncias que dão a água uma coloração amarelada, que dependendo da intensidade pode variar de um simples amarelo claro até um forte marrom quase vermelho. Nem todo o aquário que possui folhas secas tem que possuir necessariamente a água dessa cor. Para evitar isso devemos seguir o tratamento posterior e utilizar carvão ativado e outras mídias de filtragem química, como Purigem. Elas absorvem os taninos devolvendo a água seu aspecto inicial.
Esse ácidos orgânicos (taninos) não só dão coloração a água como também a acidificam. É possível fazer uma folha deixar de tingir a água, mas é impossível evitar que ela a acidifique.
Veja a água de um aquário tingida de taninos liberados pelas folhas, comparando-a com um painel branco.
Deve-se ter o cuidado de selecionar bem as folhas que usará, não é possível com todas as árvores. Evite sempre folhas de árvores reconhecidamente venenosas e/ ou que soltem um líquido viscoso e branco, como látex. Sempre escolher por árvores frutíferas preferencialmente, são as mais confiáveis quando não se tem certeza da toxidade de uma planta.
Escolher as de folhas mais firmes, como folhas de Goiabeira (gênero Psidium) - é uma das mais duráveis dentro d'água, Pitangueira (muitos gêneros, principalmente Eugenia e Stenocalyx), Jabuticabeira (gênero Myrciaria), Limoeiro (Citrus x limon), Laranjeira (Citrus x sinensis), Bergamoteira (Citrus reticulata) - folhas de frutas cítricas costumam acidificar bem a água, Ingazeiro (gênero Inga), Guaranazeiro (Paullinia cupana) e até outras que não são necessariamente frutíferas como por exemplo folhas de Canela (Cinsamomum zeylanicum).
Sempre evitar folhas macias como de Aceroleira, Pessegueiro e Caquizeiro por exemplo, pois se desintegram muito rapidamente dentro do aquário.
Mesmo as mais rígidas entram em processo de decomposição, começando a se desfazer no aquário. Quando o aquarista perceber isso, deve estar ciente que é hora de trocá-las por outras novas. Mas não existe motivo para preocupações, essa troca sempre é demorada, de no mínimo 1 mês.
Já sabendo quais escolher, basta saber como: com cuidado e em locais onde não exista ou exista em baixa intensidade tráfego de veículos, evite locais como beiras de estrada, vá coletando folha por folha, que já deve estar seca e inteira, com bom aspecto, Descarte as que ainda estiverem meio verdes. Escolha superficialmente dando preferencia para as que estão sempre acima, geralmente ainda não entraram em processo de decomposição.
Como exemplo usaremos folhas de Goiabeira, que podem demorar até 2 meses para começar a se decompor.
Lave-as com água comum da torneira mesmo, não precisa usar anti-cloro. Essa lavagem é importante pra retirar sujeiras e outros resíduos que possam estar grudados nas folhas.
Afundá-las em água da torneira e lavar uma por uma.
É importante passar os dedos pra retirar poeira, terra, bichinhos etc. Principalmente em folhas que se curvam quando secas, essas curvas se unem e formam túneis, onde se encondem insetos, principalmente aranhas.
Fervendo as folhas em uma panela velha, para esterilizá-las.
A xícara totalmente transparente é a de antes da fervura; a levemente amarelada é de uns 10 minutos de fervura e a bem cor-de-chá é de 30 minutos de fervura.
Aqui as folhas já prontas para serem usadas em novas montagens.
No nosso dia-a-dia de aquaristas, entramos em contato com uma enorme variedade de plantas e peixes, que chegam a milhares de espécies. Dependendo da região onde moramos, ou até mesmo de uma pessoa para outra, o mesmo peixe pode ter dezenas de nomes. Por exemplo, o mesmo peixe pode ser chamado de oscar, apaiari, acará dorminhoco, etc., dependendo da região onde você more ou até mesmo da pessoa com quem esteja conversando. Em muitos casos, fica muito difícil obter informações ou discutir sobre um determinado peixe ou planta, já que nem mesmo sabemos de qual ser estamos falando.
Se isso no nosso hobby já é difícil, imaginem então na comunidade científica internacional, com milhões de organismos, e consequentemente milhões de nomes populares no mundo todo. Buscando resolver esse problema, o cientista Carollus Linnaeus (conhecido em português como Lineu) criou em 1758 o sistema de nomenclatura e classificação científica, que com algumas alterações permanece até hoje.
Lineu classificou as espécies de seres vivos em reinos, filos, classes, ordens, famílias, gêneros e espécies, sendo que a medida que se “desce” na classificação mais parecidos os seres vivos vão ficando entre si, até chegarmos à espécie.
Uma espécie é um conjunto de indivíduos muito parecidos entre si, com o mesmo número de cromossomos, e a capacidade de se reproduzirem entre sí e gerarem descendentes férteis. Para designar uma espécie, Lineu convencionou que deveria ser usada a nomenclatura binomial, ou seja, a espécie tem “nome e sobrenome”, sendo o primeiro nome o gênero e o segundo, a espécie. Por exemplo:
1 - Paracheirodon axelrodi
2 - Paracheirodon simulans
3 - Paracheirodon innesi
4 - Apistogramma cacatuoides
5 - Apistogramma gephyra
6 - Apistogramma pulchra
Os peixes 1, 2 e 3 pertencem ao mesmo gênero, Paracheirodon, ou seja, tem muitas características em comum, mas não pertencem à mesma espécie, e por isso não podem reproduzir entre si gerando descendentes férteis. O mesmo acontece com os peixes 4, 5 e 6 do gênero Apistogramma.
Na nomenclatura científica convencionou-se ainda que todos os nomes dos seres vivos, além de conter gênero e espécie, devem ser escritos em latim, e de preferência em itálico, negrito ou sublinhados. Isso porque o latim é uma “língua morta”, e por isso não sofrerá mais alterações, ao contrário de outras línguas, que estão em constante mudança.
Em alguns casos, pode haver ainda um "segundo sobrenome" que indica a variedade, uma subdivisão dentro da espécie, mas que permite a reprodução entre sí, ou seja, entre as variedades da mesma espécie, gerando descendentes férteis. Exemplo:
7 - Tropheus duboisi "maswa"
8 - Tropheus duboisi "kigoma"
9- Apistogramma cacatuoides "Triple Red"
10 - Apistogramma cacatuoides "Orange Flash"
Os peixes 7 e 8 são de variedades diferentes, "maswa" e "kigoma" respectivamente, mas pertencem ao mesmo gênero e espécie, e podem se reproduzir normalmente entre sí gerando descendentes férteis.
Resumindo, o nome científico normalmente é composto por gênero e espécie (Ex.: Paracheirodon axelrodi) e em alguns casos gênero, espécie e variedade (Ex.: Apistogramma cacatuoides "Triple Red"). Muitos aquaristas acham difícil e complicado a nomenclatura científica dos peixes e plantas. Claro que é mais fácil falar “Neon cardinal” do que Paracheirodon axelrodi ou “Oscar” do que Astronotus ocellatus, mas vale a pena fazer um esforço e procurar aprender a usar os nomes científicos, já que eles facilitam muito a procura de informações e o intercâmbio entre pessoas de diversas regiões e países, principalmente em buscas na Internet.
Fotografias: Ana Cláudia, Heidge Fukumasu, Magáli Otaki e Marne Campos
Nos dias atuais, com o aquarismo repleto de espécies exóticas, coloridas, nas mais variadas formas e temperamentos, passam-se muitas vezes despercebidas espécies tão comuns mas interessantíssimas nos nossos tanques: os Peixes-Gato.
E quem são? São todos aqueles peixes que possuem barbilhões em suas bocas (semelhantes à bigodes dos gatos) e que vivem sempre na porção inferior, no fundo do aquário.São as Corydoras, as Aspidoras, os Limpa-Vidros, os Cascudos, os Bagres, os Banjos, os Synodontis, Botias etc. Peixes como o Peixe-Gato-de-Vidro Indiano também fazem parte desse grupo, assim como Lábeos. Mas trataremos das espécies "não-flutuantes": sempre ao fundo, entre as folhas das plantas, nos vidros, nos troncos, escondidos em tocas, etc.
Quem de nós nunca comprou uma ou duas pequenas Corydoras? Peixinhos simpáticos que tem a fama de ajudar a limpar a sujeira do aquário. Mas não apenas elas recebem esse indigesto título: peixes como Limpa-Vidros e Cascudos são frequentemente adquiridos apenas para comer detritos e algas. É muito comum ao comprarmos os peixes os lojistas recomendarem Corys para comer restos de ração e Limpa-Vidros ou Cascudos para retirar as algas verdes (limo) que se forma nas pedras, troncos e vidros.
Mas isso é um tremendo engano!
Um equívoco infelizmente popular que deve ser desagregado das nossas mentes. Esses animais não comem sujeiras, nem vão tocar nas fezes, por exemplo. O que geralmente acontece é que algumas vezes, enquanto estão fuçando o substrato a procura de algo para comer, sugam eventualmente fezes, então o aquarista pensa que eles a comeram, quando na verdade elas já foram expelidas através do opérculo.Eles possuem cada um uma dieta alimentar própria e bem específica. Não são peixes feitos para comer restos de ração. Eventualmente comem os flocos ou grãos que afundam, mas precisam de um alimento feito especificamente para eles. No caso de espécies raspadoras, como Limpa-Vidros e Cascudos, até comem as algas, mas não podem viver exclusivamente disso. Inclusive existem cascudos que possuem uma dieta muito mais proteica do que vegetal.
Para alimentá-los adequadamente existe uma variedade imensa de rações específicas para peixes de fundo no mercado, desde nacionais simples até as importadas mais complexas. Geralmente são apresentadas em bastões ou pastilhas, de forma comprimida que afunda muito rapidamente (como se fosse uma pequena pedra) e depois vão amolecendo aos poucos, tornando-se mais disponíveis para os animais. Quase todos possuem uma boa dose de ingredientes vegetais, principalmente Spirulina. Apesar de muitas espécies serem onívoras, uma grande parcela tem tendências herbívoras, devem ser respeitadas então. Assim como também devem ser respeitadas as espécies que preferem mais proteínas.
Existem ainda os alimentos com uma parcela de celulose, indispensável para a saúde de algumas espécies, que originalmente conseguem tal substância de troncos, galhos, raízes e folhas secas no meio ambiente.
Na natureza alimentam-se de algas, restos de plantas mortas, plantas de folhas/caules/raízes macias, vermes e micro-crustáceos encontrados no lodo das porções d'água (por isso recebem o nome em determinadas regiões de Papa-Terras).
Seus hábitos comportamentais variam de acordo com a espécie analisada:peixes do gênero Corydoras por exemplo vivem sempre em grandes e numerosos cardumes; a maioria dos peixes do gênero Otocinclus também; já os Cascudos podem viver isoladamente ou em grupos dispersos. Gostam de substrato macio portanto fácil de remexer (como areia ou lama) e limpo.
São peixes que, em sua maioria não gostam de iluminação muito forte. Preferem iluminação baixa ou nula, devido aos hábitos noturnos de grande parte das espécie. Mas é possível tranquilamente vê-las passear durante o dia. O sombreamento pode ser conseguido com uma iluminação mais baixa, com uma aquário bem plantado ou com plantas flutuantes.
Gostam de muitas tocas, refúgios sejam da luz ou de possíveis predadores, assim como apenas para repousarem. Seja por cavernas, troncos, vegetação densa ou folhas secas. São peixes geralmente muito pacíficos e dificilmente demonstram agressividade com seus semelhantes ou com outras espécies de peixes (com exceção de alguns Cascudos). Mas isso não significa que sejam indefesos. Como defesa natural, tanto Corydoras como Cascudo e Limpa-Vidros possuem espinhos (alguns raios das nadadeiras que se tornam rígidos e pontiagudos) que podem machucar seriamente se manejado de forma incorreta. Inclusive é por isso que não se recomenda mantê-los com peixes que possam devorá-los, pois os dois podem acabar morrendo: um comido e o outro engasgado.
Também são peixes muito sensíveis ao sal (Cloreto de Sódio - NaCl): sua aplicação no aquário provoca mortes na maioria dos Peixes-Gato. Eles possuem uma camada de muco epitelial (muco natural e protetor que recobre todo o corpo do peixe) muito fina ou até ausente. Quando em contato com a água, devido a fina camada de muco, todas suas células "murcharão", perdendo sua água para o meio externo e o peixe vai, de foma dolorida e lenta, morrer desidratado, mesmo estando dentro d'água!
Para ficar de uma forma mais facilmente compreensível, os conselhos, dicas e alertas estão dispostos separadamente, de forma limpa e organizada:
Resumindo, são peixes bonitos, exóticos, resistentes e de fácil criação. São recomendados para iniciantes e podem viver anos e anos em um aquário bem cuidado. Alguns inclusive aprendem a comer na mão dos donos. Infelizmente não existe uma regra geral que possa valer para todos eles, o segredo é e sempre será a pesquisa: procure sempre por muitas informações antes de adquirir seu peixinho, garantido a oferta de uma ambiente e manutenção totalmente adequados, promovendo uma vida longa e saudável.
Aproveitem seus Peixes-Gato, pois eles são adoráveis.
Apesar de muitos dos apaixonados da aquariofilia saberem os nomes populares e científicos dos seus queridos peixes e plantas, poucos sabem o significado dos nomes em latim. Segue abaixo, uma pequena lista de nomes e seus significados:
Acanthocephalus - com espinhas na cabeça Acanthodoras - com lança e espinhas Acerina - pontiagudo, afiado Acrania - sem crânio Aculeatus - com espinhos Aequidens - reticulado Agnathi - sem opérculos Albifrons - com fronte branca Ambassis - inútil Anabas - trepador Anastomide - com boca virada para baixo Anostomus - com boca virada para cima Anoptichthys - sem olhos Apeltes - sem armadura Aphanius - invisível Aphyosemium - portador de bandeira Argeneus - prateado Argus - muitos olhos Astronotus - marcados com estrelas Atracaudatus - com manchas negras na cauda Atrizonas - dividido em zonas Auratus - dourado Bacopa - folhas grossas Bifasciatus - com duas faixas Bimaculatus - com dois pontos Biocellatum - com dois ocelos Brachydanio - pequeno danio Callichthys - peixe bonito Caudovittatus - com franja na cauda Ceneus - bronzeado Characidium - similar a charax (ver abaixo) Charax - nome grego de um peixe Chrysotus - orelha dourada Cichalsoma - corpo de cichla (peixe) Coeruleum - azul Corydoras - doras com casco Corynopoma - com espátula acoplada ao opérculo Crenicichla - cichla com dentes Ctenobrycon - mordedor com grandes escamas Curviceps - com cabeça arredondada Epiplatys - achatado Etroplus - com abdome armado Facetum - alegre Fasciatus - riscado Filigera - com um filamento Flameus - em chamas Formosa - gentil Fluviatillis - de rio Fundulus - peixe de fundo Gasterosteus - com ventre ósseo Geophagus - comedor de terra Gibbosus - com corcova Glandulocauda - com glândula na cauda Gulare - referente à garganta Guttata - salpicada como gotas de chuva Gymotus - com dorso sem escamas Haplochramis - totalmente colorido Hastatus - com uma lança Helostoma - com boca saliente Hemichramis - meio colorido Hemmigramus - linha média Hererandria - fêmea diferente do macho Heteramorpha - de forma variável Heterorhabdus - com riscas diferentes Hoplias - fortemente armado (boca) |
Hyphessobrycon - pequeno mordedor Inequalis - desigual Jaculator - ejaculador Lateristriga - com linhas laterais Latifrons - com frente larga Latipes - com pés largos Latipina - nadadeira larga Leporinus - com focinho de lebre Leptosama - corpo delgado Limia - lodo Macropodus - pés grandes (nadadeiras) Macrostigma - com grandes pontos Maculata - com manchas Melanistius - dorso negro Melangaster - ventre negro Melanotaenia - com uma faixa negra Metynnis - com um arado Microcephalus - com cabeça pequena Monocryumhus - com uma barbela Monodactylus - com um dedo Nannaethuops - pequeno africano Nannostomus - boca pequena Nigrans - negro Oligoleps - com poucas escamas Opercularis - opérculo Otocinclus - com orifícios auditivos Pachypanchax - panchax gordo Paleatus - com manchas salpicadas Plantodon - com dentes por todos os lados Paradoxus - paradoxal Phallichthis - peixe com gonopódio Phallocerus - gonopódio afunilado Platypoecilua - poecilia com corpo alto Pleurospilus - com flancos espinhosos Poecilia - pequeno peixe colorido Polyacanthus - com muitas espinhas Pristella - pequena serra (dentes) Pterodiscus - disco alado Pterophyllum - folha alada Pusillus - pequeno e fraco Pyrrhulina - pouco vermelho Quitana - quinto raio do gonopódio Reticulatus - reticulado Rhodostomus - nariz vermelho Rivulus - riacho Rubripinnis - com nadadeiras vermelhas Scalare - em degraus (nadadeira) Semitaeniatus - com faixa incompleta Soatophagus - comedor de detritos Spilurus - com um ponto na cauda Splendopleuris - com flancos esplêndidos Stethaprion - com uma serra no peito Strigata - com linhas ou rais Symphysodon - com dentes na metade do maxilar inferior Testudineus - como tartaruga Tetraodon - com 4 dentes Toxotes - arqueiro Trichogaster - com ventre cabeludo Trichopterus - com nadadeira cabeluda Trifasciatus - com 3 faixas Unilianeatus - com uma só linha Urophtalmus - com ponto em forma de olho Vellifera - portadora de vela Xiphophorus - portador de espada |
Bibliografia : SILVA, Oswaldo Wenceslau da - O pequeno grande mundo do aquário
ed. Briguiet -Rio de Janeiro, 1989
Existe uma dúvida que ronda os criadores de peixes há muito tempo. Qual a melhor ração para seus peixes? Geralmente esses criadores só tem a opção de observar o comportamento dos peixes e tentar visualizar seu desenvolvimento ou identificar possíveis problemas (mas quando isso ocorre, na maioria das vezes, já é tarde). Qual seria a melhor ração? Aquela nacional, mais barata, ou aquela importada, bem mais cara? Será que não existe uma maneira prática de tirar esta dúvida? Felizmente a resposta é sim, existe uma maneira. Este é um bom teste para quem gosta de experiências.
Os peixes em geral se reproduzem de forma muito curiosa e interessante. A reprodução da maioria das espécies é ovípara ou seja a fêmea libera os ovos que são rapidamente fecundados pelo esperma ativo do macho, outros possuem fecundação interna, como os peixes vivíparos. A cor tem uma função muito importante na reprodução dos peixes, sendo que os machos possuem a coloração mais forte do que as fêmeas, na maioria dos casos. A "cor" portanto tem um papel fundamental da reprodução.
Entre os peixes ovíparos, estão os que liberam ovos e os que constroem ninhos.
Peixes que liberam ovos
Depois de formado um casal ou um grande grupo de peixes, estes simultaneamente soltam os ovos na água que são rapidamente fecundados pelo esperma dos machos. O número de ovos geralmente é grande pois a mortalidade entre os alevinos é grande e ainda correm um sério risco de serem devorados pelos pais e por outros peixes. Os ovos neste tipo de reprodução chegam facilmente à casa dos milhões em algumas espécies. Alguns peixes que se enquadram nesse perfil são os Tetras.
Peixes que constroem ninhos
Depois do namoro e formação dos pares (a maioria das espécies é monogâmica), o macho geralmente constrói um ninho que pode ser feito de um buraco escavado por ele no substrato e depois limpo pelo casal. É aí que a fêmea põe os ovos que são vigiados pelos pais que se tornam um tanto agressivos, impedindo com grande ferocidade qualquer intruso que tente se aproximar da ninhada. Os peixes que constroem ninhos no substrato ou pedras, geralmente pertencem à família dos ciclídeos como o Óscar (Astronotus ocellatus), a Zebra (Tilapia buttikoferi) etc.
Outros peixes como o Betta splendens, pertencentem à família dos anabantídeos ou labirintídeos, constroem ninhos de bolhas (feito com a saliva do macho). Depois de feito o ninho, o macho atrai a fêmea e a envolve num anel chamado de abraço nupcial, é depois desse abraço que a fêmea libera os ovos que são rapidamente recolhidos pelo macho e colocados no ninho.
Após a desova o macho expulsa a fêmea do local e fica vigiando a cria. Entre os peixes que constroem ninhos de bolhas estão o Betta (Betta splendens), o Beijador (Helostoma temmincki), Tricogasters (Trichogaster sp.), Colisa (Colisa sp.), Peixe-do- paraíso (Macropodus opercularis) etc.. que pertencem à família dos anabantídeos.
A desova dos peixes que constroem ninhos também tem um número bastante extenso mas o fato de estarem aglomerados, facilita a fecundação e a sobrevivência é maior devido ao cuidado dos pais, por isso pode ser um pouco menos que no caso dos demais.
Mas nem todas as espécies de peixes se reproduzem da mesma forma. É certo pensar que a maioria das espécies é ovípara mas existem algumas exceções. Neste caso, estamos falando principalmente dos peixes que pertencem à família dos Poecilídeos (Lebistes, Platis, Molinésias, etc...).
Esses peixes são ovovivíparos, tendo um dimorfismo sexual bem acentuado. Geralmente as fêmeas são maiores que os machos (cerca de 20%), e não são tão bonitas quanto eles que por sua vez são mais coloridos e atraentes. Os machos possuem uma forma modificada da nadadeira anal (conhecida como gonopódio), que atua como órgão copulador (função semelhante a do pênis nos animais que o possuem).
As fêmeas são capazes de guardar o esperma ativo dos machos no ovíduto o que explica a sua reprodução sem a presença do macho para uma nova cópula. A cada cópula as fêmeas não utilizam o esperma reservado, mas sim o da cópula presente. Nesse tipo de reprodução (fecundação interna) os óvulos são fertilizados no interior do corpo da fêmea, onde os filhotes recebem também os nutrientes necessários direto da corrente sanguínea da mãe. Os filhotes rompem então a membrana do ovo ainda dentro da mãe e se dirigem para a região urogenital da mesma na hora do nascimento. Em algumas espécies a gestação das fêmeas dura de 20 a 30 dias. Mas é bom deixar claro que não existe nenhuma espécie de placenta nesses peixes.
Alguns pesquisadores preferem classificar esses peixes como ovovivíparos e como vivíparos somente algumas raras espécies, entre elas o Tralhoto ou Quatro-Olhos (Anableps anableps), os filhotes desse peixe nascem com a aparência ainda mais próxima dos adultos e quando dentro da mãe, não possuem a estrutura dos ovos.
Um aquário vai muito além de um simples recipiente para se manter peixes, é literalmente um pequeno ecossistema. Ele abriga um incontável número de organismos que ajudam o ambiente a se manter estável, interagindo entre si, sendo essenciais para a sua existência. Esses seres podem ser tanto microscópicos como milimétricos, mas estarão sempre presentes em qualquer porção d'água, em qualquer aquário, não importando a montagem. Inevitavelmente todo aquarista se deparará com os mais injustiçados deles: os caramujos. Esse invertebrados acabaram por receber uma fama que não condiz com toda a sua funcionalidade, levando muitos aquaristas à um verdadeiro extermínio.
Bem diferentes dos famosos e até venerados Red Ranshorns (Planorbis corneus/Planorbis rubrum), Ampulárias (Pomacea diffusa) e Neritinas (Neritina natalensis), espécie adquiridas em lojas especializadas, os mais comuns e que parecem surgir "expontaneamente" são sumariamente combatidos, sem nem ao menos mostrar como podem desempenhar papéis importantes no aquário, auxiliando o aquarista.
As espécies mais comuns que marcam presença em quase todos os aquários, especialmente os que possuam (ou possuíram) alguma planta pertencem aos gêneros: Physa, Lymnaea, Melanoides (Trombetas) e Planorbis (a variedade comum, não a albina). Essas espécies possuem em comum o fato de se alimentarem de algas (eventualmente plantas quando sua taxa de reprodução não for controlada), restos de ração e outros alimentos, folhas mortas e até cadáveres de peixes, além de possuirem uma velocidade de reprodução bastante alta.
Suas funções no aquário são inúmeras: ajudam a manter as algas verdes sob controle, bem como comendo folhas mortas, peixes mortos e restos de ração; são indicadores de qualidade da água, de forma indireta: eles reproduzem mais intensamente quando o aquário possui matéria orgânica em excesso e vice-versa; servem de alimento para muitas espécies de peixes ornamentais como Paraísos, Mocinhas, Bótias e Bettas (comem os caramujos jovens) além de proporcionar uma maior biodiversidade, algo supostamente desejável à todo o aquarista. Porém uma dessas características mais marcantes é também uma das causadoras do ódio por parte de tantos aquaristas: sua reprodução. É rápida e frequente. Sendo de forma ovípara, ovovivípara, por hermafroditismo ou até por partenogênese, esses animais podem facilmente multiplicar sua população e a partir de então começarem a causar problemas. Entre os principais problemas mencionados pelos aquaristas estãi o aspecto desagradável causado por esse "bum" populacional, proporcionando um visual desleixado e também o ataque às plantas, especialmente as de folhas mais tenras como Elódeas, Cabombas, Rabos-de-Raposa entre outras espécies.
Quando uma explosão populacional acontece, geralmente o aquarista desesperado recorre aos lojistas da sua região ou à fóruns de aquarismo na internet, e logo é bombardeado por muitas informações, acertadas ou não, sempre bem intencionadas mas com uma única mensagem: aniquilá-los. Para tanto recorre-se à muitas técnicas distintas: usar folhas de verduras, geralmente Alface, para atrair os moluscos e então retirá-los do aquário, usar armadilhas próprias para caramujos, moluscidas e até mergulhar por um ou dois dias fios de cobre na água!
O que muitos aquaristas não sabem é que é perfeitamente possível manter caramujos sob controle no aquário, com uma população aceitável e em equilíbrio com os outros habitantes de uma forma geral. Para isso bastam medidas simples, na verdade medidas necessárias até mesmo em aquários sem estes invertebrados:
- Alimentar os peixes apenas com a quantidade necessária de ração, sem exagerar e deixar sobras;
- Realizar sifonagens bem feitas, retirando todos os detritos acumulados no fundo;
- Retirar eficientemente as algas dos vidros e das rochas e/ou troncos, deixando apenas as presentes nas plantas.
Essas medidas garantem que em pouco tempo a população de caramujos caia drasticamente e passe a um número estável. É observado que mesmo com muitos indivíduos, realizando-se os itens anteriores, não se faz necessária nenhuma intervenção, eles começarão a desaparecer sozinhos (não totalmente, sempre ficarão alguns).
Apenas deve ocorrer uma intervenção quando o número de caramujos ultrapassar o aceitável: recolha manualmente e com auxílio das folhas de alface. Caso seu aquário não tenha esses invertebrados e você deseja que continue assim, lembre-se de sempre usar produtos preventivos (como moluscidas) em plantas recém adquiridas, antes de adicioná-las ao aquário e também se possível quarentená-las, garantindo que nenhum ser indesejado venha (geralmente na forma de ovos) escondido.
A convivência entre caramujos e o aquarista pode ser harmoniosa e produtiva, basta ter plena consciência da função e do motivo da presença desses invertebrados no seu aquário. Conseguido isso como o primeiro passo, a necessidade de radicalismos é descartada...
Salvem os Caramujos!
Gostaria de fornecer algumas informações úteis sobre a coloração da água dos aquários caseiros, que é um dos itens mais preocupantes dos amigos criadores, desde os iniciantes aos mais experientes. Realmente, não é simples detectar o "bom aspecto" da água, pois este nem sempre condiz com as melhores condições para os habitantes do tanque. Há uma concepção, quase intuitiva, de que água de aquário deve ser "límpida e transparente", ou seja, cristalina ou sem cor. Ora, não é de todo falso que esse padrão de água seja apropriado para a criação de peixes, primeiro porque permite a total visibilidade ao aquário, depois, quase por intuição, logo se pensa na água potável, no aspecto "cristalino" típico de águas saudáveis. Esteticamente, também, fornece uma imagem agradável do aquário. No entanto, uma análise mais crítica e aprofundada da questão logo mostrará que tais crenças podem levar a equívocos, nos quais muita gente já caiu e se deu mal.
Em primeiro lugar, é preciso derrubar o mito de que água mineral (potável) é a melhor para os peixes. Aliás, isso nem é indicado, pois os seres vivos, como peixes, dependem de certos parâmetros da água além da própria "limpeza"; falamos do nível de oxigenação, pH, dureza, KH, nitritos, ausência de substâncias tóxicas como cloro e flúor, ou outras. Por exemplo, água azul de piscina ou a que sai diretamente das torneiras serão terrivelmente maléficas aos peixes. Além disso, a melhor água para os peixes não precisa ser esterilizada, mas deve estar "biologicamente equilibrada", pelo trabalho de bactérias, plânctons e plantas, como é normal na natureza, nos rios, riachos e lagos. As águas minerais vendidas no comércio excluem tais propriedades, não sendo, portanto, as mais indicadas para se colocar imediatamente os peixes, apesar de "cristalinas" e potáveis. Aqui é útil salientar o período de ciclagem do aquário, que é um tempo variável (entre 7 e 20 dias) e necessário para a água atingir os seus parâmetros vitais. Alguns apressados, no intuito de acelerar o processo, inserem substâncias químicas anti-cloro, anti-bactéria ou outras no aquário, e em geral se dão mal, perdendo peixes e até a água toda do tanque. É indicado ter um pouco de paciência mesmo, e esperar a ciclagem, para só então colocar os inquilinos.
Uma das formas naturais de considerar a qualidade da água, em seu "aspecto", como falamos acima, é observar o estado saudável ou não de plantas, o comportamento dos peixes, presença de algas (se perigosas ou benéficas), do substrato, e coloração dos obejtos do aquário (enfeites, pedras e troncos, se está normal ou não). A água reflete tudo isso em sua coloração, na maioria das vezes, muito embora a transparência "cristalina" possa ocultar graves problemas.
Uma água cristalina pode estar contaminada com bactérias ou vírus causadores de doenças nos peixes, impossíveis de observar a olho nú. Assim, águas barrentas, esverdeadas, escurecidas como chá-mate, amareladas, entre outras, podem ser bem mais saudáveis biologicamente do que uma água que esteja simplesmente "transparente". É preciso reforçar que nem todos os peixes vivem na natureza em águas cristalinas. Por exemplo, os Neons (Paracheirodon axelrodi), muitos Tetras, a maioria dos peixes de fundo e alguns ciclídeos, como o Acará Bandeira (Pterophyllum scalare) e Acará Disco (Symphysodon aequifasciata), vivem em águas de elevado teor húmico, ou seja, matéria vegetal de folhas, galhos, raízes, que deixam a água da cor de chá preto e de baixo pH. Nos rios da Ásia, muitos peixes vivem normalmente em águas barrentas, como o Barbo Prateado (Barbonymus schwanenfeldii), a Carpa (Cyprinus carpio) e o Pangássius (Pangasianodon hypophthalmus). Isso não quer dizer que tais espécies evitem águas cristalinas, mas seu principal critério ambiental é a alta quantidade de matéria vegetal, para sua alimentação, o que em geral, não é encontrado em águas transparentes. Já um aquário amazônico deve ter matérias húmicas, para preservar a ambientação natural dos peixes daquela região. As águas esverdeadas, com grande quantidade de algas em suspensão também podem ser saudáveis, e na maior parte das vezes o são, apesar de assustar muitos criadores desavisados, que a consideram maléfica. Claro, a água verde deve ser controlada quanto às substâncias em suspensão e deve ter movimentação, para não decair em seu nível de oxigênio. O aspecto geral do tanque, claro, ficará prejudicado, pois água verde é opaca, quando em excesso. O principal motivo para a cor esverdeada da água e a conseqüente explosão de algas, é a elevada incidência de luz (solar ou artificial) sobre o tanque, a má filtragem, muito peixe para o volume de água, e excesso de sobras de alimento. Tratando cada um desses fatores, a água volta ao normal rapidamente.
Já vi aquaristas desesperados porque seu tanque ficou amarelado devido a um tronco novo que colocou na água. Ora, basta ler sobre os aquários “Blackwaters” para saber que não há motivo para tanto alarde. E o que dizer da água da chuva, que também é cristalina? Seria boa para colocar nos aquários? Bem, essa água, a princípio não causa mal aos peixes, porém devem ser observados alguns fatores para seu uso adequado: primeiro, procurar saber se o local de sua coleta é muito poluído, pois a chuva precipita substâncias poluentes tóxicas ruins para os peixes, como enxofre, chumbo, fuligem, ácidos, etc. Outra coisa, a água da chuva deve ser misturada a outra água já curtida do aquário, e não encher todo o tanque, pois assim, estaríamos protegendo os peixes de perigos indesejados. Água de chuva é indicada para quem busca reprodução de algumas espécies que em geral desovam na época das chuvas, como Neons e outros tetras, coridoras, entre outras.
No caso da água de fontes, sendo uma boa água, também deve passar por um período de curtimento no aquário antes de serem colocados peixes, apenas para atingirem os parâmetros adequados, da mesma forma indicado para água de cisterna (cuidado com o cloro) e de poços. A cor mais “perigosa”, a princípio, para uma água de aquário, é a leitosa ou esbranquiçada. O aquarista deve estar atento a tal coloração, que pode demonstrar alguns fatores mais graves (e outros menos): degradação da água, por decomposição de matéria orgânica, como peixes mortos, excesso de alimento, troncos verdes com fungos, explosão de algas que turvam a água, plantas apodrecendo, etc. Tudo isso leva a uma queda acentuada do nível de oxigênio, e à elevação dos índices de nitritos e amônia, e em todos os casos, é fatal para os peixes. Outro detalhe é que água leitosa exala mau cheiro, de algo podre. Em tanques novos, em processo de ciclagem, é normal o turvamento da água, porque as bactérias benéficas ainda estão se ambientando em seu trabalho biológico. Fica embaçado porque há muitas bactérias mortas. Ainda em tanques recém montados, com substrato mal lavado, é comum que o excesso de poeira cause o turvamento da água, mas em poucos dias isso desaparece, pelo trabalho do filtro e da gravidade, que baixa as partículas suspensas. Assim, não é nada indicado colocar ou deixar peixes nas águas turvas esbranquiçadas. Por fim, uma água de qualidade no aquário depende de boa filtragem (vazão entre 4 a 9 vezes o volume do tanque), boa circulação, mas também deve ter harmonia na quantidade de plantas e peixes, trocas parciais e periódicas, sifonagens semanais do fundo, ter a observação atenta e diária do criador, e muito bom senso, por exemplo, na hora de colocar comida, para não exagerar e estragar a água. Para concluir, deixo o conselho de sempre atentarmos para a cor da água de nossos aquários, se quisermos manter nossos peixes e plantas por muito tempo, de forma saudável.
Olá pessoal,
Montei um pequeno texto exemplificativo e explicativo sobre algumas utilidades e “benfeitorias” proporcionadas pela Spirulina nos organismos em geral, uma vez que tal alga muito tem sido utilizada como fonte alimentar por diversos aquaristas a seus exemplares, positivamente...
Passemos ao texto, então:
Não podemos duvidar: os troncos são elementos que proporcionam grande beleza e rusticidade aos aquários bem montados e ambientados. Estamos falando dos troncos verdadeiros, de árvores que morreram e permaneceram submersas, não os troncos artificiais, de plástico, argila e outros materiais fabricados pelo homem. Seria muito fácil aconselhar o amigo iniciante que deseja um belo tronco em seu tanque a comprar um em uma loja. O problema é que são poucas as lojas que dispõem desses elementos ornamentais em boas condições, e a preços acessíveis. Muita gente, então, parte para procurar um tronco por conta própria, inclusive entrando em matas e florestas e conseguindo o pedaço de madeira mais acessível possível. A preferência do senso comum é obter galhos ou raízes secas, levá-los para casa e após alguns dias de “tratamento”, colocar logo no aquário. Quando começam os problemas, o aquarista desavisado vai procurar ajuda, sem saber muito o que fazer. É um grande equívoco colocar troncos achados em matas direto no aquário, sem o devido tratamento: esses objetos podem criar mofo e fungo, bem como estragar a água, alterando sua cor e mesmo apodrecendo, desequilibrando o sistema. Não basta ferver, colocar em solução salina, nem deixar alguns dias dentro d´água, quando o tronco ás vezes nem afunda. Não é esse o tratamento apropriado para essas madeiras encontradas nas matas. Já vi quem colocasse troncos de goiabeira ou mangueira que cortou no quintal para fazer troncos de aquário, algo totalmente desaconselhado (mesmo que a madeira tenha sido cortada há um ano, ainda estará “verde” para ser introduzida no aquário). Pior é trazer madeira degradada, cheia de cogumelos, para “tratar” em poucos dias, e achar que está pronta para figurar em aquários.
Os conselhos que posso deixar aqui sobre troncos para aquário são básicos, mas úteis:
a) De preferência, utilize troncos que já estejam há tempo dentro d´água. Os melhores troncos são provenientes de rios, açudes, mangues, estuários de rios, ou mesmo de mar, caso possível. Estes já estarão “quase prontos”. Conheci uma loja em que os troncos à venda eram coletados de mangues, e ficavam dentro de uma caixa d´água de amianto imersos em água bem salgada, para desinfetar e evitar larvas de mosquito. Nesse tanque, a aguá era da cor de chá mate, bem escura, pela quantidade de troncos que havia.
b) Observe se a madeira está com mau cheiro. Se estiver, descarte o material, pois está ainda em processo de degradação. Se ainda houver casca, retire-a do tronco. Não pode haver nada fofo ou gosmento, no tronco. É sinal que não presta. Se o tronco estiver frágil ou se desmanchando, a madeira encharcou, e também não servirá. O bom tronco é pesado, sólido. É famoso o tronco da Aroeira, planta própria do semi-árido, encontrada em açudes e barragens em terras que foram alagadas, principalmente no Nordeste do Brasil. Mas nosso país tem muitas plantas que foram submersas, cujos troncos são utilizáveis em aquários, como o Sabiá, Anjico, Pau-ferro, Videira, Castanheira, Ubaia, e muitas outras.
c) A melhor cor para madeira de troncos é o preto escuro, ou marrom escuro (escurecido pelo tempo que ficou submerso na água). Mas sua cor também depende do tipo de madeira.
d) Qual a melhor parte do tronco? Se a árvore submersa for de pequeno porte (ou médio), a melhor parte para ser levada é aquela entre o início das raízes e a base do tronco (com pelo menos 30 a 40 cm de altura, e de 10 a 20 cm de diâmetro, dependendo da dimensão do aquário). Caso não seja possível, escolha um galho mais grosso. Tenha o bom senso de observar se a madeira é bem velha, e escolha um belo pedaço, por exemplo, retorcido, ou uma bela raiz. Fica muito bonito.e) Encontrado este tronco, envelhecido dentro d´água, falta fazer o tratamento. Ferver e colocá-lo em água de sal por uns meses são ações aconselháveis, para evitar alguma contaminação, ou introdução de micro organismos no aquário, bem como promover eliminação de fungos e algas indesejáveis.
f) Um tronco envelhecido logo cria lodo sobre ele, uma cobertura verde e curta, em sua parte superior (a que pega luz), tornando o ambiente do aquário muito bonito e selvagem. Já vi quem mantivesse aquelas algas filamentosas mais compridas sobre um grande tronco, bem no meio do aquário de 500L, com plantas em volta...era um espetáculo, o Lábeo Bicolor alimentando-se no tronco, enquanto Tetras do Congo, Cascudos, Neons e Mato-Grossos rodeavam toda a estrutura.
g) Dificilmente um tronco será uma presença “inerte” no aquário, pois é normal que libere substâncias que deixam a água cor de chá, bem fraco. São as chamadas substâncias húmicas, que servem para nutrir inclusive as plantas do aquário. O pH tenderá a ficar ácido, mas depende da quantidade de material orgânico presente no aquário. Os peixes amazônicos são adequados para essa água (neóns, tetras, discos, bandeiras, etc). Com os anos, essa coloração tende a diminuir, e o pH equilibra, mesmo para perto de 7.0 ou pouco menos.
h)Troncos também são locais para abrigar plantas, como musgo de java. O efeito é espetacular.
i) Peixes de fundo ou noturnos adoram buscar abrigo sob troncos. É o exemplo de coridoras, cascudos, bótias e dojôs. Os camarões também procuram troncos para se esconder.
j) Não que seja impossível o aquarista "preparar" um tronco partindo do zero, ou seja, a partir de uma madeira morta que estava em local seco. Mas dá tanto trabalho e exigirá tanta paciência que só um aquarista obstinado levará até o fim. Quem quiser, é só deixar a madeira dentro da água por um bom tempo, depois, tratar com cloro (uma colher por litro, no recipiente em que o tronco estiver submerso), dia sim, três não, mas sem esquecer dos problemas que isso gera. É preciso fazer trocas, colocar em água salgada, para não apodrecer, não permitir larvas de mosquito da dengue, etc.), bem como dar umas boas fervuras na peça. Ainda assim, esse tronco "novo" poderá colorir a água do aquário mais do que deveria, e o perigo que vir a desenvolver fungo também não estará totalmente afastado. O segredo dos troncos de aquário é seu tempo dentro da água.
l) Qualquer aquário pode ter um tronco? Sim, pode, mas é preciso observar que o tamanho da peça deve ser compatível com a litragem do tanque. O tronco não deve ocupar mais de 15-20% aproximadamente, do volume interior, embora haja quem coloque muitos troncos, raízes e até folhas em seu aquário por causa da fauna que escolheu, e pela água que precisa, um pouco escurecida. Bom senso ajuda muito nessas horas. Se, com tudo isso, a qualidade da água para tais espécies for mantida, tudo bem.
Continuo aconselhando, caso possível, que o tronco seja comprado em lojas confiáveis, já tratado, para quem não possa procurar um tronco na natureza. Apenas lembro que os "troncos de aquário" são mais do que pedaços de madeira qualquer dentro da água. Por isso, cuidado com eles.