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natureza

  • discobulldogselvagemO Acará Disco (Symphysodon ssp.), desde que foi descoberto na região amazônica e teve sua primeira espécie catalogado pelo austríaco Johann Jakob Heckel em 1840, se tornou um dos peixes mais explorados comercialmente para fins ornamentais em todo o mundo. Estamos falando de um dos peixes ornamentais de água doce de maior valor no mercado mundial, considerado por muitos como o rei do aquário de água doce e objeto de desejo de milhares de aquaristas, muitos chegam a considerar a manutenção do Acará Disco, principalmente em sua forma selvagens, como o ápice da manutenção de peixes dulcícolas em aquários.

    Toda essa fama rendeu ao Acará Disco décadas de capturas de animais selvagens e obtenção de novas variedades através de cruzamentos em cativeiros, hoje são infinitas as variedades que podem ser encontradas nas lojas, apresentando não só variação de cores mas de formato também, entre elas, umas das variedades mais polêmicas é a "Bulldog". Trata-se de um peixe que ao contrário do que o nome "Disco" supõe, possui um formato alongado verticalmente, ficando longe de um disco perfeito, justamente uma das características que mais valorizam a espécie em campeonatos mundo à fora. Essa variedade, além da modificação no formato do corpo, possui o rosto achatado, o que lhe rendeu o nome já que lembra o rosto de um cão da raça Bulldog.

    Essa característica que até então achava-se que era exclusiva de cruzamentos em cativeiro realizados pelo homem, foi encontrada em peixes selvagens adultos recentemente e essa semana as primeiras fotos de exemplares assim, capturados na Amazônia, foram reveladas pela empresa Santarém Discus, primeiramente pelo proprietário da empresa e entusiasta do gênero, Vitor Hugo Quaresma e logo depois na própria págia da empresa no Facebook. Segundo Vitor, em anos de captura de peixes selvagens, foi a primeira vez que ele encontrou peixes com esse formato na natureza, o que até para um profissional que se dedica anos à espécie, causou surpresa!

  • Flávio Freitas com o certificado de primeiro colocadoVocê já ouviu falar sobre aquários de biótopos ou sabe o que significa? Esse tipo de aquário, que não costuma ser a atração da sala de estar da maioria dos aquaristas, possui um número considerável de adeptos lá fora e vem ganhando força no Brasil nos últimos anos. A intenção nesse tipo de montagem é reproduzir um biótopo natural, os mais populares até então eram os aquários de ciclídeos africanos, que com um pouco de pesquisa, aprende-se facilmente a reproduzir uma região do lago Malawi ou Tanganyika, porém há outras possibilidades, entre elas, as mais famosas são os biótopos amazônicos. Esse biótopo é um dos mais divulgados pelos aquaristas, porém pouca gente segue ao pé da letra na hora da escolha da fauna, flora e até dos parâmetros da água, montando na verdade um aquário temático, erroneamente referenciado como biótopo pelo próprio aquarista. Se você tem um aquário com algumas plantas do gênero Echinodorus e meia dúzia de Acarás Bandeira, não necessariamente você tem um biótopo amazônico, sinto decepcioná-lo.

    O aquarista Flávio Henard Jorge de Freitas, levou isso a sério e no final do ano passado conquistou o lugar mais alto da categoria Biótopos Sul-Americanos no concurdo Biotope Aquarium Design Contest, realizado na Rússia, o mais famoso do gênero atualmente.

    Flávio, que é membro do grupo GCAqua (Grupo Carioca de Aquapaisagismo), tem razoável experiência com aquapaisagismo em aquários plantados, onde se montam aquários belíssimos, nada parecidos com o que encontramos na natureza, porém esses sim, a atração principal na sala dos aquaristas pela beleza de cores, formas e o encantamento que exercem até sobre os mais leigos no assunto. Em 2014 ficou entre os 10 melhores no Concurso Brasileiro de Aquapaisagismo [CBAP] com um belíssimo aquário de 54 litros, porém o estudo sobre o biótopo amazônico que pretendia reproduzir em outro aquário já havia começado, ainda sem pretensão nenhuma de competir, o que só aconteceu em 2015.

    Na categoria em que participou, Biótopos Sul-Americanos, Flávio competiu com aquaristas russos, holandeses, poloneses, romenos, indianos, gregos, argentinos, estadunidenses, além de outros brasileiros, carregando o peso de ser um representante do Brasil, país conhecido por ter a maior fração da Bacia Amazônica, região mais explorada em sua categoria e a qual optou por pesquisar para montar o aquário com o qual competiu. Além de Flávio, o aquarista brasileiro Bruno Garcia dos Santos, conquistou a 9a posição da mesma categoria com um biótopo do sudeste brasileiro, mais especificamente o rio Itaim da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Os aquários do concurso, tanto da categoria Biótopos Sul-Americanos como das demais categorias podem ser vistos na página oficial do Biotope Aquarium Design Contest 2015.

  • Apesar do aquarismo plantado no Brasil ter evoluído muito no sentido técnico, tecnológico e principalmente artístico, muitos mitos antigos parecem persistir em perdurar entre os aquaristas. Muitos desses mitos custam o fracasso dos iniciantes e invariavelmente levam à insatisfação no hobby que, por sua vez, fortalecem ainda mais esses malditos mitos.

    Molécula de fosfato com destaque para o fósforo (P).Certamente o maior mito de todos no aquarismo plantado é o fósforo (ou fosfato) no papel de vilão como o grande e principal causador dos surtos de algas. Isso já fora exaustivamente discutido durante muitos anos e eu, digo eu mesmo, achei que essa questão já havia sido esclarecida para a maioria dos aquaristas, pelo menos os mais experientes... mas estava enganado! Ainda há muita gente, muito mais do que eu imaginava, que ainda acredita nesse grande absurdo e isso é algo que realmente me deixa muito irritado, pois o nosso hobby não deveria mais estar sendo perturbado por esse barulho, esse retrocesso, esse atraso de vida! Precisamos liquidar esse equívoco de uma vez por todas e vou dar aqui minha parcela de contribuição rapidamente. Portanto, vamos partir de dois fundamentos técnicos essenciais que todo aquarista tem a obrigação de saber:

    • O fósforo (P), como todos devem sabem, é um dos cinco macronutrientes das plantas sem o qual elas sofrem severos distúrbios de crescimento e definham até a morte, ponto final. Isso é indiscutível. Sem fósforo não há condições saudáveis para as plantas se desenvolverem, isso é uma ordem imutável.

    • Nos ecossistemas aquáticos, a saúde das plantas são a contrapartida da proliferação contínua das algas, ponto final. Quem não acredita nisso, por favor, passe a acreditar. Plantas e algas são organismos concorrentes no ecossistema, portanto, se um sofre, o outro prospera. As algas, como organismos fisiologicamente inferiores e menos exigentes, se aproveitam de determinadas condições de desvantagem para as plantas para crescerem, são organismos oportunistas.

    Folha de planta coberta por algas petecasA partir desses dois preceitos, podemos tirar algumas conclusões que podem ser comprovadas na prática. 

    Primeiro: como podemos vencer a competição contra as algas removendo o fósforo, um dos principais alimentos das plantas? É como tentar vencer uma guerra de trincheira com uma bomba atômica, você mata o inimigo e também seu próprio exército. É lógico que funciona! As algas desaparecem! E junto com elas a saúde das suas plantas que vão apresentar vários sinais de desnutrição importantes. Aquaristas inexperientes que não sabem reconhecer esses sinais ficam satisfeitos ao verem o aquário livre das algas e mal sabem que suas plantas não conseguem crescer ou crescem muito mal. 

    Planta livre de algas, realizando fotossíntese visivelmenteSegundo: a guerra não foi vencida, foi apenas estagnada. Logo que o menor traço de fósforo surgir, as algas explodem novamente e aí temos aquaristas que se ocupam mais em combater as algas do que cuidar das suas plantas e de seu aquário. É por isso que vemos os fóruns abarrotados de tópicos sobre controle de algas e quase nenhum sobre nutrição de plantas. Só se fala nisso! Isso não é aquarismo, é uma batalha inglóra! Na prática é impossível, repito, É IMPOSSÍVEL, remover o fósforo de um ecossistema vivo. Resinas??? Pregos no filtro??? TPAs de 457%??? Já vi de tudo e os aquários continuam andando para trás. 

    Se tratando de algas, posso assegura-lhes que 70% das causas estão no suprimento deficiente de CO2. Acreditem, a maioria dos aquaristas não sabem medir o CO2 e praticamente todos usam o drop-checker como o principal indicador sem ter a menor ideia de como usá-lo. Esqueçam o drop-checker, isso é para aquaristas muito, muito experientes. Eu mesmo não uso. É muito mais bonito do que eficiente. Os outros 30% das causas das algas são divididos entre má nutrição das plantas e operação ineficiente dos biofiltros, o que causa o surgimento de amônia, um verdadeiro estopim para as algas. 


    Problemas com algas e saúde das plantas são as duas faces da mesma moeda. Estude a nutrição das suas plantas e aprenda a observar suas necessidades e as algas começam a sumir como mágica. Quantas vezes não resolvi problemas com algas nos meus aquários aplicando MAIS FÓSFORO! Mas para isso é preciso estudar uma série de mecanismos fisiológicos que veem antes dos nutrientes e o principal é acertar a medida certa entre Luz e CO2. Esse é 50% do segredo da coisa, entender que a relação luz, carbono e nutrientes significa energia, ritmo e demanda: a luz como energia ditará um ritmo metabólico por carbono que, por sua vez, demandará recursos na forma de nutrientes. Entenda esse conceito primário, a culpa não é do fósforo.

  • Lambari seria uma excelente barriga de aluguelEm 1990 a Rede Globo, popular emissora de tv brasileira, transmitiu à todo o Brasil a novela Barriga de Aluguel, onde a atriz Cláudia Abreu interpretou a personagem Clara, uma garota pobre que aceita gerar um filho de outro casal em seu ventre em troca de dinheiro, um assunto bastante polêmico na época e que gerou diversas discussões. Em 2016, cientistas do CEPTA (Centro de Pesquisa e Treinamento em Aquicultura), localizado na cidade de Pirassununga-SP, desenvolveram uma técnica para aplicar o mesmo procedimento em peixes, isso mesmo, imagine um Lambari (Astyanax lineatusgerando filhotes de Jaraquis (Semaprochilodus taeniurus), um peixe amazônico ameaçado de extinção e que por isso tem sua comercialização proibida.

    Duas técnicas foram utilizadas para isso, na primeira os cientistas reunem óvulos e espermatozóides da espécie e quando aparecerem ovos, antes que esses eclodam, injetam células embrionárias de outra espécie, a segunda é injetar essas células no peixe já adulto, uma espécie de inseminação artificial. A grande vantagem, neste caso, estaria no Lambari ser uma espécie que com 4 meses de vida já está maduro sexualmente e apto a se reproduzir, sendo uma espécie que chega a desovar até cinco vezes ao ano e que permitiria uma repovoação muito mais rápida do Jaraqui na natureza.

    Esse tipo de procedimento já acontece nos Estados Unidos, Japão e Europa, mas aconteceu na América Latina pela primeira vez e já é cogitado como uma solução para reduzir os impactos causados à fauna aquática pela desastre ambiental de Mariana-MG.

     Fonte: G1

  • O título é engraçado, mas não deixa de ser verdade. Estamos falando do Serranus tortugatum, um pequeno peixe com menos de 10 cm de comprimento que habita os recifes de corais do Caribe Serranus tortugarume que chega a trocar de sexo até 20 vezes num único dia!

    Nesse momento você deve estar se perguntando o que isso tem de mais, já que outros animais são hermafroditas, entre eles está até mesmo o peixe de recife mais famoso do mundo, o Nemo (Amphiprion ocellaris)! Pois é, se o filme Nemo seguisse o comportamento do Peixe Palhaço à risca, o pai do Nemo deveria ter virado "mãe" assim que ficou viúvo.

    A diferença é que na natureza, normalmente os animais hermafroditas possuem a capacidade de produzir os dois gametas porém a troca do tipo de gameta produzido normalmente é estimulada por alguma alteração na hierarquia social do grupo, já no caso do Chalk Bass, nome popular do nosso peixe que é fissurado num "troca-troca", ela acontece por vontade do próprio animal e diversas vezes ao dia, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisa Tropical Smithsonian no Panamá. Produzir os dois gametas num curto espaço de tempo não é uma capacidade somente dessa espécie, mas é muito raro no reino animal.

    Cientistas observaram o peixe em um recife durante seis meses e perceberam que à cada duas desovas ou fertilizações, dependendo do papel do indivíduo naquele momento, o Serranus tortugatum trocava de sexo com seu parceiro(a). Outro comportamento interessante observado pelos pesquisadores foi que o S. tortugatum era extremamente monogânico e a relação entre os dois peixes só não era mais observada quando um indivíduo deixava o local ou então ambos desapareciam. Acredita-se que a monogamia é incentivada pela troca de papéis, o que ajuda a manter um indivíduo interessante ao olhos de seu parceiro.

  • Seu peixe vive em um grupo ou mantém apenas um ou dois indivíduos em seu aquário? Um estudo recente da Universidade James Cook (Austrália) e publicado no Journal of Experimental Biology  indica que peixes gostam de companhia, ficando mais calmos e menos estressados quando em cardumes.  O experimento foi realizado com peixes Donzela, que habitam a grande barreira de corais australiana, e comparou peixes mantidos em grupo com outros mantidos isolados.

    Formação em cardume de peixes em mar abertoAo final de uma semana, os peixes mantidos em isolamento perderam peso em relação aos mantidos em grupo. A taxa metabólica (um indicador de estresse) foi medida e encontrou-se uma variação de 26% entre os peixes mantidos isolados com relação aos mantidos em grupo, ou seja: estar inserido em um cardume tem um efeito calmante sobre eles.

    A maioria dos peixes vive em cardume mesmo que seja somente em uma fase de vida, notadamente quando alevinos ou juvenis. O nado de vários indivíduos de forma sincronizada leva o nome de schooling e é conseguido através dos sentidos da visão, audição, olfato e das vibrações percebidas através da linha lateral. Traz várias vantagens aos indivíduos componentes do grupo a começar pelo sentido de segurança e proteção contra predadores, uma vez que o movimento do grupo pode confundi-los dificultando que foquem em indivíduos específicos.

    Mais indivíduos significa também mais possibilidades de encontrar alimentos, detectando com maior rapidez os locais onde estão disponíveis. Independente de quem encontre uma fonte de alimentos, todos irão se alimentar. Outro aspecto é a maior chance de encontrar um parceiro para a reprodução assim como o aumento da taxa de fertilização dos óvulos, garantia de continuidade da espécie. Finalmente, nadar em cardume reduz o atrito com a água, conservando a energia dos peixes.

    Supõe-se ainda que os peixes que vivem em cardume observem erros e acertos uns dos outros, retendo este aprendizado na memória. Resumindo, mais do que evitar a solidão dos indivíduos, a vida em cardume significa segurança, garantida de alimentos e parceiros para reprodução.  Nem sempre temos condição de manter um cardume ou um grande grupo de peixes em nosso aquário, questão de espaço mesmo.  Mas agora, quando ler que aquele peixinho que deseja ter vive em cardume, já conhece os motivos para providenciar um pequeno grupo para ele, pelo menos cinco indivíduos.

    Fonte: Folha de S. Paulo (Ambiente)

  • Tubarão Branco de quase 7 metros em praia australiana!Um Tubarão Branco (Carcharodon carcharias) comparável ao do filme Tubarão (Steven Spielberg, 1975) visto a 200 metros de uma praia australiana no último domingo (17/01/2016), foi o responsável pelo fechamento do local e retirada dos banhistas. O animal de quase 7 metros foi visto pelos salva-vidas, que decidiram tocar as sirenes imediatamente para evitar um possível acidente com seres humanos, até mesmo pescadores que estavam em embarcações na região foram aconselhados a deixar o local por segurança. O helicóptero da equipe de salva vidas acompanhou o animal tentando estimulá-lo a se afastar de costa e procurar águas mais profundas, o que ele fez algum tempo depois, não sendo mais visto.

    É muito legal saber que ainda existem tubarões brancos desse tamanho no mar já que a exploração comercial realizada pelo homem torna cada vez mais difícil encontrarmos animais magníficos como esse. Só para se ter uma ideia do tamanho, até há relatos de tubarões brancos de 11 metros em registros antigos, porém nunca se comprovou se as medidas realmente eram reais. Um desses animais lendários, que teve sua mandíbula guardada por anos, foi recentemente estudado por cientistas que calcularam um tamanho de aproximadamente 5 metros para ele. Em 1987 uma fêmea de 7,8 metros foi encontrada morta em uma praia de Malta, talvez o maior animal encontrado e aceito pela comunidade científica até hoje, mas o indivíduo visto nesse final de semana talvez seja o maior visto vivo.

    Atualmente o maior Tubarão Branco que se tem registro é o Deep Blue, ou melhor, a Deep Blue, uma fêmea da espécie com 6,10 metros e que possui diversos registros na internet com filmagens impressionantes (separei uma abaixo), então imagine agora que o tubarão visto domingo tinha mais de meio metro a mais que Deep Blue! As fêmeas ficam maiores que os machos de Tubarão Branco, por isso normalmente esses gigantes que impressionam pelo tamanho costumam ser "ela".

    Veja o vídeo da Deep Blue, a fêmea de 6,10m, clicando aqui.

    Fonte: The Advertiser

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