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tecnologia

  • Flávio Freitas com o certificado de primeiro colocadoVocê já ouviu falar sobre aquários de biótopos ou sabe o que significa? Esse tipo de aquário, que não costuma ser a atração da sala de estar da maioria dos aquaristas, possui um número considerável de adeptos lá fora e vem ganhando força no Brasil nos últimos anos. A intenção nesse tipo de montagem é reproduzir um biótopo natural, os mais populares até então eram os aquários de ciclídeos africanos, que com um pouco de pesquisa, aprende-se facilmente a reproduzir uma região do lago Malawi ou Tanganyika, porém há outras possibilidades, entre elas, as mais famosas são os biótopos amazônicos. Esse biótopo é um dos mais divulgados pelos aquaristas, porém pouca gente segue ao pé da letra na hora da escolha da fauna, flora e até dos parâmetros da água, montando na verdade um aquário temático, erroneamente referenciado como biótopo pelo próprio aquarista. Se você tem um aquário com algumas plantas do gênero Echinodorus e meia dúzia de Acarás Bandeira, não necessariamente você tem um biótopo amazônico, sinto decepcioná-lo.

    O aquarista Flávio Henard Jorge de Freitas, levou isso a sério e no final do ano passado conquistou o lugar mais alto da categoria Biótopos Sul-Americanos no concurdo Biotope Aquarium Design Contest, realizado na Rússia, o mais famoso do gênero atualmente.

    Flávio, que é membro do grupo GCAqua (Grupo Carioca de Aquapaisagismo), tem razoável experiência com aquapaisagismo em aquários plantados, onde se montam aquários belíssimos, nada parecidos com o que encontramos na natureza, porém esses sim, a atração principal na sala dos aquaristas pela beleza de cores, formas e o encantamento que exercem até sobre os mais leigos no assunto. Em 2014 ficou entre os 10 melhores no Concurso Brasileiro de Aquapaisagismo [CBAP] com um belíssimo aquário de 54 litros, porém o estudo sobre o biótopo amazônico que pretendia reproduzir em outro aquário já havia começado, ainda sem pretensão nenhuma de competir, o que só aconteceu em 2015.

    Na categoria em que participou, Biótopos Sul-Americanos, Flávio competiu com aquaristas russos, holandeses, poloneses, romenos, indianos, gregos, argentinos, estadunidenses, além de outros brasileiros, carregando o peso de ser um representante do Brasil, país conhecido por ter a maior fração da Bacia Amazônica, região mais explorada em sua categoria e a qual optou por pesquisar para montar o aquário com o qual competiu. Além de Flávio, o aquarista brasileiro Bruno Garcia dos Santos, conquistou a 9a posição da mesma categoria com um biótopo do sudeste brasileiro, mais especificamente o rio Itaim da Bacia do Rio Paraíba do Sul. Os aquários do concurso, tanto da categoria Biótopos Sul-Americanos como das demais categorias podem ser vistos na página oficial do Biotope Aquarium Design Contest 2015.

  • Lambari seria uma excelente barriga de aluguelEm 1990 a Rede Globo, popular emissora de tv brasileira, transmitiu à todo o Brasil a novela Barriga de Aluguel, onde a atriz Cláudia Abreu interpretou a personagem Clara, uma garota pobre que aceita gerar um filho de outro casal em seu ventre em troca de dinheiro, um assunto bastante polêmico na época e que gerou diversas discussões. Em 2016, cientistas do CEPTA (Centro de Pesquisa e Treinamento em Aquicultura), localizado na cidade de Pirassununga-SP, desenvolveram uma técnica para aplicar o mesmo procedimento em peixes, isso mesmo, imagine um Lambari (Astyanax lineatusgerando filhotes de Jaraquis (Semaprochilodus taeniurus), um peixe amazônico ameaçado de extinção e que por isso tem sua comercialização proibida.

    Duas técnicas foram utilizadas para isso, na primeira os cientistas reunem óvulos e espermatozóides da espécie e quando aparecerem ovos, antes que esses eclodam, injetam células embrionárias de outra espécie, a segunda é injetar essas células no peixe já adulto, uma espécie de inseminação artificial. A grande vantagem, neste caso, estaria no Lambari ser uma espécie que com 4 meses de vida já está maduro sexualmente e apto a se reproduzir, sendo uma espécie que chega a desovar até cinco vezes ao ano e que permitiria uma repovoação muito mais rápida do Jaraqui na natureza.

    Esse tipo de procedimento já acontece nos Estados Unidos, Japão e Europa, mas aconteceu na América Latina pela primeira vez e já é cogitado como uma solução para reduzir os impactos causados à fauna aquática pela desastre ambiental de Mariana-MG.

     Fonte: G1

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