Neste ano Itapetim (sertão pernambucano, 13900 habitantes) alcançou uma triste marca em Pernambuco, apresentando 13% de domicílios com focos de Aedes aegypti, o maior índice do estado. Segundo o Ministério da Saúde, o índice de até 1% é considerado como satisfatório, sendo 3,9% reconhecido como de risco para a dengue.
Com o corte de repasses estaduais e federais para o combate a dengue, a cidade optou por uma técnica de controle biológico de ovos e larvas do mosquito, já estudadas por universidades nordestinas desde os primeiros anos de 2000. Recorreu às piabas, pequenos peixes de água doce que atingem em média quatro centímetros de comprimento.
As piabas foram colocadas em cisternas, caixas d’água e reservatórios em geral entre abril e julho, basicamente um peixe para volumes até 200 litros e cinco peixes para volumes entre 3000 e 5000 litros. Em setembro, o índice de infestação caiu dos 13% (aferido em abril) para 1,2%, sendo que o atual está em 2,4%.
Segundo Carlos Fernando Salgueirosa, biólogo da Unicamp especialista em dengue, o controle biológico via utilização de peixes não é eficiente se o objetivo é erradicar o mosquito. “Tampar os reservatórios... este é o principal enfoque que se pode dar para o combate ao mosquito.”
De Itapetim, Edinaldo Hollanda, Coordenador de Combate às Endemias, contrapõe: “Sabemos que tampar os reservatórios é o ideal, mas sabemos que as pessoas não fazem esta parte. Nós usamos o larvicida e fazemos campanhas educativas. Mas usando o peixe, que é uma ferramenta a mais, não vamos combater mais?”
Fonte: BBC Brasil