Nome científico: | Synbranchus marmoratus | |
Nome popular (BR): | Mussum | |
Nome popular (ING): | Marbled swamp eel |
Família: | Synbranchidae |
Distribuição geográfica: | |
Comportamento: | Territorial, pode se alimentar de peixes menores. |
Tamanho adulto: | 150 cm |
pH: | 6,0 a 8,0 |
Temperatura: | 23 a 28oC |
Dimorfismo sexual: | Pode mudar de sexo. O macho tem um diâmetro maior e a cabeça mais quadrada. O orifício excretor da fêmea é maior, o do macho é quase invisível. |
Alimentação: | Minhoca, pequenos crustáceos, peixes, ração etc. |
Aquário mínimo recomendado: | 500 litros |
Reprodução: | Ovípara |
Adequado para plantado? | Não. |
Biótopo: | |
Informações adicionais: | Pode habitar águas pouco oxigenadas já que possui respiração pulmonar. Devido ao seu formato, muitas vezes recebe nomes como Peixe Cobra ou Enguia. |
Saiba mais sobre a espécie:
Os Synbranchidae são peixes que se destacam pela sua forma característica, possuindo um corpo cilíndrico, alongado, sem escamas (ou com escamas pequenas), sem costelas, nadadeiras rudimentares ou até mesmo ausentes. Também não possuem bexiga natatória (órgão que auxilia a controlar a profundidade do mergulho), e seus olhos são pequenos. Esta forma corporal curiosa, acaba fazendo com que os Synbranchidae sejam muitas vezes confundidos com serpentes.
O nome desta família de peixes também está relacionado à uma de suas principais características, derivando do grego syn (unidos) + branchia (brânquias, guelras) = “brânquias unidas”. A água que entra pela boca dos peixes, passa pelas brânquias (que capturam oxigênio para respiração) e sai pelas fendas branquiais. Mas no caso dos Synbranchidae, há apenas uma fenda branquial composta por um orifício ventral, e não duas aberturas laterais, uma em cada lado da cabeça, como estamos acostumados a ver na maioria dos peixes.
Se compararmos com outras famílias de peixes ósseos (que podem ter centenas de espécies), os Synbranchidae constituem um grupo pequeno, com apenas quatro gêneros e pouco mais de vinte espécies, distribuídos na região tropical da Ásia, na Oceania, oeste da África, América Central e América do Sul. O gênero Synbranchus é o único dessa família que ocorre no Brasil, com três espécies popularmente conhecidas como mussum, enguia-do-pântano ou cobra-d’água (embora sejam peixes). A espécie Synbranchus marmoratus é o mussum mais comum e mais conhecido.
Ele ocorre do México à Argentina, vivendo em lagos, córregos, brejos, pântanos e rios, sendo visto ocasionalmente em água salobra. Pode habitar o interior de cavernas, ou tocas nas margens dos rios para se abrigar. À noite, o Mussum pode migrar de um corpo d’água para outro próximo, rastejando pelo chão. Para isso, ele conta com mais uma adaptação: a respiração aérea, ou seja, pode respirar fora da água, graças à faringe altamente vascularizada, que funciona como um pulmão.
O Mussum é um predador de hábitos noturnos, se alimentando de presas vivas, principalmente crustáceos, moluscos e pequenos peixes, mas também insetos, minhocas e materiais vegetais. Nos períodos de seca, o Mussum costuma cavar uma toca em forma de tubo, onde permanece em estado letárgico até o início das chuvas, ou caso surja alguma ameaça. Sua pele libera grande quantidade de muco, e assim se mantém umedecida, enquanto alterações na fisiologia de órgãos como rins e fígado garantem a sobrevivência sem alimentação. Por essas atividades ele é amplamente confundido com a Pirambóia.
O Synbranchus marmoratus possui uma biologia reprodutiva estranha, conhecida como protogia. Algumas fêmeas podem mudar de sexo, tornando-se machos! Esses indivíduos são chamados de machos secundários, enquanto que os machos primários são aqueles que já nasceram deste sexo.
Durante o período de reprodução, as tocas utilizadas pelos Mussuns servem de ninhos. Cada ninho pode conter até cerca de 30 ovos e larvas em diferentes estágios de crescimento, indícios de que estes peixes produzem múltiplas ninhadas ao longo da estação reprodutiva, ou que ovos de pais e mães diferentes são postos num mesmo ninho. O Mussum de Marajó (Synbranchus lampreia), por exemplo, apresenta um comportamento ainda não visto em Synbranchus marmoratus. Os machos protegem os ninhos, ficando próximos a eles, e demonstrando agressividade quando alguém chega perto.
Esse peixe chega a atingir 150 cm em cativeiro e até 200 cm na natureza, sua cor varia com o ambiente em que ele está, tendo variações de bege bem claro com pintinhas até quase preto. Outra coisa que vale ser comentada é que é um ótimo petfish que deveria ser mais apreciado, afinal, possui muita inteligência e interage bastante com o dono, podendo ser colocado junto com outros peixes desde que esses não caibam em sua boca. Alguns pescadores e também aquaristas alertam para o fato do mussum ser territorialista, este defende sua toca a qualquer custo. Mais um alerta, esse peixe costuma fugir do aquário, então o mantenha num aquário bem fechado.
Territorial! Sim, ele ataca qualquer um que tente entrar em sua toca! Pacífico porém pode ser agressivo, irá comer qualquer peixe que caiba em sua boca, se estiver com fome irá atacar os maiores, não se intimidará com seu Oscar de 30 cm, pode não conseguir matar um peixe maior mas irá ferí-lo. É um animal dócil, se acostuma com o dono, pega comida na mão, se deixa tocar, reconhece o dono. (a minha sempre que me vê sai da toca e fica de um lado para o outro do aquário, também fica olhando fixamente para mim)
Quando bem adaptados, os Mussuns costumam passear pelo aquário, não só pelo fundo, ele pode ficar enrolado no termostato ou posicionado no filtro assim como também tem o hábito de ficar com parte do corpo fora d'água (tampe muito bem o aquário, eles são fujões, é só ter uma fresta que eles logo põem a cabeça para fora do aquário e podem ficar admirando a paisagem por horas). Pode ser mantido com outros peixes desde que, estes sejam grandes. Ex.: Uaru, Oscar, Aruanã, Arraia, Acará Severo, Pintado, Tucunaré, Pacu, Datinoide entre outros.
O Mussum é hermafrodita, eles definem o sexo de acordo com o ambiente podendo ser alterado posteriormente. O Mussum fêmea costuma ser menos largo, a fêmea costuma ter a cabeça mais triangular enquanto o macho tem a cabeça mais quadrada. O corpo da fêmea é roliço, o do macho não. A fêmea tem um orifício anal (único orifício) bem maior. O aparelho reprodutivo do macho não é aparente.
Escrito por: Thamyres Ederli