Ataques de tubarão deixaram de ser novidade, são noticiados e documentados, mas neste último dia 15 na Flórida (EUA), um destes casos chamou bastante a atenção pelo inusitado da situação.
Em Boca Raton uma banhista foi mordida por um pequeno tubarão enfermeiro (Ginglymostoma cirratum) de 60 cm. O inesperado deste ataque é que tanto a mulher quanto o tubarão foram levados juntos ao hospital, uma vez que os dentes do animal ficaram firmemente cravados no braço sem que ninguém conseguisse soltá-lo.
Os socorristas precisaram improvisar uma maca para sustentar, além da mulher, também o tubarão, que a esta altura já havia sido morto por um banhista.
Em defesa de nossa pequena vítima – o tubarão – posso citar o jornal Sun-Sentinel, da Flórida, onde testemunhas afirmam que alguns banhistas estavam “brincando” com o animal antes da ocorrência do ataque. Posso dizer que esta espécie possui hábitos noturnos e que durante o dia permanece em repouso no fundo arenoso ou em grutas e que, conforme a National Geographic, é uma espécie habitualmente inofensiva para os seres humanos. Finalmente, posso citar o mergulhador Gary Adkison que diz que “Em 90% dos incidentes com tubarões, o que ocorre é um erro. Os tubarões acham que somos alguma coisa que não somos.” Então por que ocorrem os ataques? E será que a “culpa” é mesmo do tubarão?
Ataques de tubarões a seres humanos podem ser divididos em duas modalidades: provocados e não provocados. Os caracterizados como não provocados incluem situações como o tubarão confundir um surfista com uma presa convencional como uma tartaruga, leão ou lontra marinhos, ou então ser atraído visualmente por adereços brilhantes, roupa de banho colorida ou mesmo o contraste entre a pele bronzeada e as solas dos pés. Em casos assim, o que geralmente acontece é que o tubarão ataca e rapidamente solta a pessoa quando percebe que não é um “alimento” habitual. É o morder e soltar.
Já o ataque provocado é aquele que decorre da ação direta do homem, provocando uma resposta de defesa. Tocar, oferecer comida, puxar a cauda, bloquear passagem ou qualquer outra ação que importune o animal fará com que ele reaja com uma mordida.
Tenho pena da banhista? Tenho, claro que sim. Mas sinceramente tenho mais pena do pequeno tubarão enfermeiro que foi morto por se defender de uma agressão, sem chance de chegar a ser um adulto com seus três metros de comprimento e nem de viver sua expectativa de vinte e cinco anos de vida.
Fonte: Yahoo Notícias