Temperatura
É fácil perceber a influência da temperatura no funcionamento do organismo do peixe, pois nós também sentimos sua variação. Quando a temperatura está baixa, nos comportamos diferente de quando a temperatura é mais elevada. Isso também ocorre com o peixe: seu metabolismo varia com a temperatura. A diferença entre nós e os peixes, é que nós gastamos energia para mantermos nossa temperatura sempre em torno de 37ºC (homotermo: homos = 'igual', 'semelhante' therme = 'calor', 'temperatura'. Já os peixes são pecilotermos (poikilos = 'variado') e a temperatura corpórea varia de acordo com a temperatura ambiente (varia é modo de dizer. Se a água estiver em 10ºC, não quer dizer que o corpo estará em 10ºC também. A temperatura do corpo varia dentro de um certo limite).
Se a temperatura afasta-se demais da faixa ideal, as células não funcionam adequadamente. Se levados aos extremos, poderá ocorrer a morte do peixe, por morte das células (desnaturamento de enzimas).
pH
A idéia de pH (potencial de Hidrogênio - quantidade de água em que um íon de Hidrogênio está dissolvido) não nos é muito comum, mas muito importante no aquário. Para nós o pH também é importante, mas ele não está relacionado ao meio em que vivemos - o ar. A importância para ambos é em nível celular, mas por viverem na água, estão mais suceptíveis à variações de pH. A água dissolve facilmente muitas substâncias (o que lhe confere o título de solvente universal). Algumas dessas substâncias, acabam liberando radicais hidrílas (H+) ou hidroxilas (OH-). No 1º caso, diminuem o pH. No 2º, aumentam.
GH
É a dureza total da água, que indica a quantidade de sais (Cálcio e Magnésio principalmente) dissolvidos na água. Água rica em sais é chamada água dura. Já a água pobre em sais é chamada água mole ou macia.
O GH não varia tão facilmente quanto o pH e a temperatura, por isso, requer menos atenção. Porém, algumas espécies são bastante sensíveis ao GH, requerendo maior atenção.
No organismo, o GH está relacionado à pressão osmótica (diferença na concentração de sais dissolvidos entre a célula e o meio em que se encontram).
Em aquários plantados, é interessante ter esse parâmetro sob controle.
KH
É a dureza carbonata, que indica a quantidade de carbonatos dissolvidos na água. O kH está relaciona ao pH. Ter um controle sobre o kH, ajudará a controlar o pH.
NH3/NH4
Principal subproduto do peixe, a amônia é uma substância extremamente tóxica (em pH alcalino, a amônia liga se a um H+ e forma o amônio, que é ainda mais tóxico). Sua quantidade no aquário deve ser sempre em torno de 0, controlado com trocas parciais.
NO2
O nitrito é um composto derivado da amônia. As bactérias do gênero Nitrossomonas utilizam a amônia para obterem energia (a oxidação da amônia, libera energia) através de um processo chamado quimiossíntese (processo semelhante à fotossíntese. A diferença está na fonte de energia: as plantas utilizam a energia solar e as bactérias utilizam a energia de reações químicas de oxidação). A oxidação da amônia forma um novo composto: o Nitrito, que ainda é bastante tóxico.
NO3
O nitrato deriva do nitrito. Pelo mesmo processo em que a amônia é convertida em nitrito, o nitrito é convertido em nitrato. A diferença está nas bactérias que fazem essa conversão nitrito - nitrato: gênero Nitrobacter.
O nitrato já não é tão tóxico quanto a amônia ou o nitrito. No entanto a longo prazo, altas concentrações de nitrato afetam o funcionamento de alguns órgãos.
O nitrato não é aproveitado por nenhuma bactéria aeróbica. Os únicos seres que utilizam o nitrato são as plantas, que o utilizam em forma de nutriente. Se não possuir plantas, o nitrato irá acumular-se no aquário (importancia de fazer trocas parciais).
Em excesso também pode provocar o surgimento de algas.
Esses são os parâmetros mais comuns. Existem alguns outros como: Ferro (Fe), Cobre (Cu), Fosfato (PO4), Oxigênio(O)... Mas que são menos utilizados (menor necessidade) na manutenção de peixes de água doce, mas claro que quanto mais controle do aquário tivermos, melhor.