Nome científico: | Carassius auratus | |
Nome popular (BR): | Kinguio | |
Nome popular (ING): | Goldfish |
Família: | Cyprinidae |
Distribuição geográfica: | |
Comportamento: | Pacífico. Deve manter no mínimo dois indivíduos. |
Tamanho adulto: | Entre 15 cm e 30 cm, conforme a variante. |
pH: | 6,8 a 7,6 |
Temperatura: | 18 a 24oC |
Dimorfismo sexual: | Machos possuem orifício urogenital côncavo e apresentam pontos brancos nas guelras e nadadeiras peitorais em época reprodutiva. Fêmeas possuem orifício urogenital convexo e ventre mais largo. |
Alimentação: | Ração, ervilha, brócolis, alface, larvas, tubifex. |
Reprodução: | Ovípara |
Aquário mínimo recomendado: | 100 litros para o primeiro kinguios e 40 litros para cada kinguio subsequente. |
Adequado para plantado? | Não, embora aceite a presença de várias plantas. |
Biótopo: | |
Informações adicionais: |
Saiba mais sobre a espécie:
Quem nunca teve? Um dos peixes mais populares do aquarismo, o kinguio carrega mais de mil anos de história e sem dúvida é um peixe marcante em nosso dia a dia. Com cerca de 125 variantes reconhecidas oficialmente, todos os kinguios que conhecemos hoje descendem de uma carpa selvagem originária da China, sendo que os primeiros registros sobre a espécie remetem às Dinastias Chun (265-419 d.C.) e Tang (618-907 d.C.), período em que já eram mantidos como animais de estimação. Em 1500 chegam ao Japão, em 1611 à Europa (através de Portugal) e em torno de 1850 aos Estados Unidos.
Dóceis e pacíficos apreciam a companhia da mesma espécie, sendo adequado manter no mínimo dois indivíduos. São peixes que podem atingir grandes proporções (tanto comprimento como profundidade) não sendo indicados para aquários menores que 150 litros. Alguns aquaristas, inclusive, só recomendam sua criação em tanques ou lagos. Companheiros de aquário é um tema controverso, mas se quiser sossego e segurança, prefira um aquário monoespécie. Coridoras e dojôs são os peixes com maior chance de convivência tranquila com kinguios, assim como cascudos e carpas (próprias para viver em lagos e não em aquários) são os recordistas em ataques.
Preferem um fluxo suave de água e necessitam de temperatura amena e boa oxigenação. Espaço é essencial para seu desenvolvimento assim como uma filtragem bem dimensionada, desmistificando a viabilidade de criar kinguios em aquários pequenos e sem aeração. Quanto à alimentação, são onívoros com tendência herbívora. Além de rações próprias para a espécie pode-se incluir também na dieta alimentos de origem vegetal e animal, este último em pouca quantidade e esporadicamente.
Apesar de possuir a fama de devorador de plantas, o que não é totalmente verdade, muitos aquaristas conseguem manter aquários belíssimos com plantas naturais e kinguios dividindo o mesmo espaço. A nutrição correta e escolha de plantas mais adequadas (echinodorus, anubias, valisnérias, microsoruns, entre outras) são fundamentais para esta convivência dar certo.
No que se refere à reprodução, kinguios são ovulíparos (a fecundação dos óvulos e seu posterior desenvolvimento ocorrem na água), possuem desova parcelada (liberam gametas em parcelas ou lotes durante um período de tempo, habitualmente primavera/verão) e não dispensam cuidado parental com a prole.
Estão aptos a reproduzir a partir de nove meses de idade, sendo que a distinção entre machos e fêmeas é bastante fácil na fase adulta e em período reprodutivo. O dimorfismo sexual é observado no aspecto
- comportamental: machos perseguem e fêmeas são perseguidas;
- físico: machos em época reprodutiva apresentam pequenos pontos brancos nos opérculos e nadadeiras peitorais, além de orifício urogenital côncavo (para dentro); fêmeas ficam com o ventre mais largo em função dos óvulos que carregam e possuem orifício urogenital convexo (para fora).
Durante a corte os machos perseguem insistentemente a fêmea nadando atrás e abaixo dela e roçando seu ventre, na tentativa de leva-la à superfície. A desova ocorre próxima a ela, em raízes de plantas flutuantes ou plantas altas, nas primeiras horas do dia. Conforme a fonte pesquisada, encontramos grande disparidade quanto ao número de óvulos liberados em uma desova. Acima de 200, entre 300 e 600, cerca de 500, e por aí vai. Os óvulos possuem cor amarelo clara (alguns dizem âmbar) e o esperma é branco leitoso.
Óvulos fecundados (agora chamados ovos) conservam a transparência e cor âmbar. Óvulos não fecundados possuem aspecto branco leitoso e desenvolvem fungos. Os ovos são aderentes e fixam-se em qualquer superfície (vidro, plantas, substrato). A eclosão ocorre em torno de 50 horas após a fecundação, considerando uma temperatura de 24° C mais ou menos 1° C.
Após a eclosão dos ovos, as larvas também permanecem fixadas a uma superfície por cerca de três dias, tempo em que consumirão o saco vitelínico, responsável pelo armazenamento de nutrientes para os primeiros dias de vida. Depois deste período, a natação é livre e poderão ser alimentados com infusórios, gema de ovo cozida, artêmias recém eclodidas, rações próprias para alevinos, etc. Caso a desova ocorra no aquário principal, os kinguios adultos se alimentarão tanto dos ovos como das larvas.
Apenas como curiosidade, nosso milenar peixinho dourado é um dos animais mais estudados nos campos da percepção visual e cognição.
Escrito por Solange Nalenvajko (Xica).
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